Setembro se inicia com os mercados internacionais de mau humor, com os índices futuros americanos e as bolsas europeias em queda, em meio ao receio de juros elevados por um longo período e novas más notícias para a segunda maior economia do mundo, a China. No Brasil, os investidores também estão à espera da divulgação pelo IBGE do PIB do segundo trimestre.
A expectativa do mercado é de que a atividade econômica crescerá perto de 1% no período entre abril e junho, a mesma taxa registrada no primeiro trimestre, mantendo o ritmo de recuperação proporcionado pela reabertura da economia proporcionada pelo avanço da vacinação.
O bom desempenho da atividade já foi capturado pelas pesquisas mensais setoriais do IBGE, com destaque para serviços, que já estão 7,5% acima do patamar pré-pandemia. Entre janeiro e junho, o setor teve uma alta de 8,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Para este ano, analistas ouvidos pelo Boletim Focus esperam uma alta do PIB de 2,10%. Em 2023, os juros elevados e desaceleração da economia global devem reduzir esse avanço a 0,37%.
Leia mais:
Serviços vêm acima do esperado em junho e reforçam PIB mais forte em 2022
Mercados à espera de dado de emprego nos EUA
Na manhã desta quinta (1º), os índices futuros americanos e as bolsas europeias operam no terreno negativo. O mau humor do mercado nesta semana está relacionado a uma perspectiva de juros elevados por muito tempo para combater a inflação, como foi sinalizado pelo presidente do Federal Reserve (banco central americano), Jerome Powell, no final da semana passada.
Amanhã, será divulgado o payroll dos Estados Unidos em agosto, dado que mostrará a criação de vagas e a taxa de desemprego da maior economia do mundo. A informação deve calibrar as apostas para a próxima reunião do Fed, que acontece neste mês. Por enquanto, as apostas são em um novo aumento agressivo de juros, de 0,75 ponto percentual.
Há também más notícias vindas da China. O país voltou a colocar milhões de pessoas em lockdowns rigorosos para combater surtos localizados de Covid-19, situação que se soma à pior onda de calor no país em décadas.
Por volta das 8h10, os índices futuros americanos estavam em queda, com o Dow Jones recuando 0,54%, o S&P 500 caindo 0,63% e o Nasdaq perdendo 0,90%. O EuroStoxx 50, principal índice europeu, recuava 1,48%.