Ibovespa cai com cautela após ata do Fed e queda do petróleo

Fonte: Shutterstock/Summit Art Creations

O Ibovespa fechou a quarta-feira (19) em queda de 0,73%, aos 155.381 pontos, em meio ao aumento da aversão ao risco após a divulgação da ata do Federal Reserve. O documento expôs uma forte divisão interna sobre a possibilidade de um novo corte de juros em dezembro, reforçando a cautela dos investidores diante da falta de dados oficiais provocada pelo shutdown nos EUA. A combinação entre incerteza econômica e receio de que novos cortes prejudiquem o combate à inflação levou o mercado global a buscar ativos mais seguros.

Nos EUA, o déficit comercial caiu 23,8% em agosto devido à queda das importações, um alívio pontual que não foi suficiente para melhorar o humor internacional. No Brasil, a queda do petróleo pressionou o desempenho das petroleiras, enquanto o setor bancário voltou a recuar após a liquidação do Banco Master, mesmo com avaliações de que o caso não oferece risco sistêmico graças ao porte reduzido da instituição e à ampla capacidade de cobertura do FGC.

O mercado também acompanhou revisões nas recomendações para os bancos. O Itaú BBA manteve postura mais cautelosa para Banco do Brasil (BBAS3), que caiu 1,37%, e reduziu projeções para Santander (SANB11), que recuou 0,72%. Já Bradesco (BBDC4), apesar da queda de 1,00%, segue entre as principais apostas do banco para 2026, sustentado por expectativa de melhora do ROE em um ambiente macro mais favorável.

Entre as empresas, Vale (VALE3) caiu 0,11% após precificar US$ 750 milhões em títulos subordinados com vencimento em 2056. Braskem (BRKM5) liderou as altas ao longo do dia, impulsionada pela aprovação do programa de incentivos fiscais à indústria química e pelo avanço nas negociações sobre sua diretoria, mas encerrou com alta moderada de 0,63%. Já Marfrig (MBRF3) despencou 8,62% após o restabelecimento do pre-listing, que deve permitir o retorno das exportações de antigas plantas da BRF para a Europa.

No varejo alimentar, o Assaí (ASAI3) apresentou seu plano estratégico no Investor Day, destacando projetos de marca própria, farmácias internas e expansão de serviços financeiros, além da redução de capex para acelerar a desalavancagem. Apesar das recomendações positivas dos analistas, o papel caiu 3,05% refletindo a cautela do mercado no curto prazo.

Entre as empresas que vêm sofrendo maior volatilidade, Hapvida (HAPV3) continuou reagindo ao forte tombo pós-balanço. Mesmo assim, Goldman Sachs e Morgan Stanley mantiveram recomendação de compra, argumentando que a queda foi excessiva diante do potencial de recuperação. A ação subiu 2,00% no dia.

Smart Fit (SMFT3) avançou 2,51% após venda de ações do Pátria, que aumentou o free float e atraiu maior interesse institucional. Embraer (EMBJ3) também teve sessão positiva, com alta de 2,37%, apoiada por recomendações de compra em estratégias de curto prazo.

Rumo (RAIL3) subiu 1,82%, sustentada pela avaliação de que, mesmo enfrentando pressão competitiva e redução de tarifas, mantém geração de caixa sólida e pode se beneficiar de um ciclo de queda de juros, cenário no qual seu perfil de duration longa tende a ser especialmente favorecido.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Pão de Açúcar (PCAR3): +4,76%

• Smart Fit (SMFT3): +2,51%

• Embraer (EMBJ3): +2,37%

• Hapvida (HAPV3): +2,00%

• Rumo (RAIL3): +1,82%


Baixas

• Marfrig (MBRF3): -8,62%

• Minerva (BEEF3): -4,12%

• Assaí (ASAI3): -3,05%

• Cemig (CMIG4): -3,05%

• TIM (TIMS3): -3,00%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (19/11):

• Segunda-Feira (17): -0,47%

• Terça-Feira (18): -0,30%

• Quarta-Feira (19): -0,73%

• Na semana: -1,49%

• Em novembro: +3,91%

• No 4°tri./25: +6,25%

• Em 12 meses: +21,20%

• Em 2025: +29,18%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,10%

• Nasdaq: +0,59%

• S&P 500: +0,38%


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