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Petz (PETZ3) é small cap mais recomendada por analistas para maio; veja as demais

Analistas aumentam exposição a nomes ligados à economia doméstica, mas sem abrir mão de commodities

Foto: Shutterstock

Enquanto o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, acumula alta de 3,36% desde o início deste ano, há um grupo de ações que vem percorrendo um caminho diferente: é o índice Small Caps, que reúne as empresas de menor capitalização listadas na B3.

Desde o início do ano, o Small Caps soma desvalorização de 2%. Nos últimos 12 meses a baixa é ainda maior, com perdas de 21,32% – contra queda de 9,38% do Ibovespa.

Ibovespa e do Small Caps nos últimos 12 meses

Gráfico comparando a performance dos índices Small Caps e Ibovespa nos últimos 12 meses
Fonte: TradeMap

É neste cenário que uma série de instituições financeiras defende a aposta nestas empresas. “Geralmente as small caps são empresas com negócios inovadores ou que atuam em setores ainda não consolidados, o que permite um alto retorno do investimento caso seus negócios sejam bem-sucedidos”, diz a Santander Corretora.

Dentro deste universo, porém, as estratégias dos analistas tendem a ser as mesmas aplicadas ao investimento em ações de empresas maiores – redução da aposta em empresas ligadas a commodities e aumento da exposição a empresas ligadas à economia doméstica, como Arezzo (ARZZ3) e Petz (PETZ3).

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“Com preços atrativos e a possibilidade de estarmos próximos do pico inflacionário no país, estamos monitorando oportunidades nos setores que possuam correlação inversa com a curva de juros de longo prazo”, dizem os analistas da Genial Investimentos. “Seguiremos atentos aos efeitos das eleições e da situação fiscal, para aumentar ainda mais nossa exposição em ações domésticas”, completam.

A redução da exposição às ações de commodities é consequência de eventos globais, sobretudo das medidas adotadas pela China para conter a disseminação da Covid-19, ameaçando o crescimento econômico. “Commodities como petróleo e minério de ferro, com o temor de uma desaceleração global, sofreram oscilações significativas”, segundo a Nu Invest.

Além disso, seguem no radar a guerra na Ucrânia, que também mexe com os preços das commodities, a inflação ao redor do mundo e as consequentes elevações nas taxas de juros, e a proximidade das eleições no Brasil – eventos com potencial de trazer mais volatilidade nos mercados em maio, de acordo com a Mirae Asset.

Confira as cinco small caps mais recomendadas para maio, de acordo com 9 corretoras. Vale ressaltar que mais de uma ação recebeu três indicações, e a liquidez foi usada como critério para a seleção.

Empresa Número de indicações Variação em abril Variação no ano
Petz (PETZ3) 5 -18,33% -0,61%
Arezzo (ARZZ3) 4 -0,79% +15,82%
Ferbasa (FESA4) 3 -0,59% -2,49%
Metalúrgica Gerdau (GOAU4) 3 -7,34% +0,16%
Movida (MOVI3) 3 +3,89% +8,35%
Fontes: BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial Investimentos, Mirae, Warren, Órama, Santander Corretora, Nu Invest

Petz: líder em um mercado em expansão

A presença da Petz na carteira de muitas das corretoras consultadas segue a tendência de aposta em empresas expostas à economia doméstica, com o adicional de sua área de atuação. “É a maior empresa de seu ramo com apenas 6% de market share em um setor que cresce 12% ao ano nos últimos 15 anos”, explica a Nu Invest.

Além do crescimento recente, o segmento de varejo para pets tem outros diferenciais. “A grande diferença do varejo de pets é a resiliência do setor e a baixa sazonalidade, características distintas às no varejo tradicional, mais sensível à crise e a datas comemorativas, por exemplo”, diz a corretora.

A Santander Corretora menciona o modelo de megastore da Petz, com oferta tanto de produtos quanto de serviços, que maximiza seu potencial digital; o plano de expansão acelerada da companhia; e as aquisições recentes como pontos positivos da empresa.

Apesar de reconhecer que as ações não são baratas, negociadas com um prêmio de cerca de 30% em relação à média de seus pares, segundo o Santander, o nível de preço atual da Petz é justificado por sua história de crescimento diferenciado.

“Vemos a Petz como a empresa que melhor captará a tendência secular de crescimento do mercado pet e seguirá consolidando o mercado, pois vem desenvolvendo um ecossistema robusto para melhor atender os pets e seus donos”, diz o Santander.

Arezzo: público resiliente

Em meio ao movimento de aumento de exposição a empresas ligadas à economia doméstica, a Arezzo entrou neste mês na carteira de algumas corretoras, como a Nu Invest: “A chegada da varejista aumenta levemente nossa aposta em empresas mais expostas à economia doméstica enquanto diminui nossa exposição em commodities, que vínhamos aumentando ao longo dos últimos meses”, explica a corretora.

Sobre a Arezzo, especificamente, a Nu Invest cita a gestão, as marcas fortes e o alto retorno sobre o patrimônio como pontos fortes da companhia, citando ainda as aquisições recentes e a retomada da abertura de lojas físicas, que podem funcionar como gatilhos de alta para as ações no curto a médio prazo.

A Santander Corretora menciona ainda uma recuperação econômica mais rápida do que o esperado, a expansão do marketplace, o amadurecimento das operações nos Estados Unidos e novos movimentos de e-commerce como fatores que poderiam gerar ainda mais valor para a companhia.

Para 2022, a expectativa da Nu Invest é que a Arezzo mantenha seu bom ritmo de crescimento, beneficiando-se da resiliência das classes A e B, seu público alvo, diante da alta da inflação; do fim das restrições relativas à Covid-19; e da expansão de suas marcas.

Apesar de a ação da empresa ter apresentado valorização de mais de 15% no ano e, na visão da Nu, não estar “uma barganha”, as qualidades da empresa justificam a compra do papel.

Ferbasa e Metalúrgica Gerdau: commodities ainda têm seu valor

Apesar de indicarem uma redução na exposição em commodities, todas as corretoras consultadas ainda mantém alguns papéis do setor em carteira. Entre estes, os mais indicados para maio são Ferbasa e Metalúrgica Gerdau.

A Ferbasa atua nas áreas de mineração, metalurgia, recursos florestais e energia renovável, com foco na produção de ferroligas e ferrocromo. A Metalúrgica Gerdau, por sua vez, é a holding que controla a Gerdau (GGBR4), maior empresa produtora de aço do Brasil.

Assim, ambas as empresas se beneficiam em um cenário de alta nos preços do aço e do minério de ferro. Desde o início do ano, o vergalhão de aço negociado em Xangai acumula valorização acima de 18%, enquanto os preços do minério de ferro subiram quase 50%.

Apesar de a tendência para os preços das commodities ser incerta, principalmente devido aos lockdowns na China, promessas do governo chinês de estímulos à economia e investimentos em infraestrutura criam boas perspectivas para a demanda pelos materiais.

Movida: aproveitando a reabertura econômica

Novata na carteira da Ágora, a Movida deve apresentar um desempenho superior ao das outras locadoras de veículos daqui para frente, na visão da corretora, que espera que a companhia tenha uma adição de frota relativamente superior a de seus pares.

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Além disso, a Ágora projeta preços mais altos tanto no segmento de aluguel de veículos, que deve se beneficiar do aumento de demanda com o fim das restrições relacionadas à Covid-19, quanto no braço de gestão de frotas. Isso, segundo a Elite Investimentos, deve compensar o aumento nas despesas com taxas de juros maiores e o maior custo de manutenção com a falta de carros.

A Elite, que já tinha o papel na carteira, optou por manter a indicação. “As ações da Movida continuam em nossa carteira recomendada não só porque enxergamos boas perspectivas no setor de locação, mas também por ser a Movida a ação com múltiplos mais interessantes do setor”, diz a corretora.

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