Dois dias após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, animar os mercados ao sinalizar que o ritmo da alta de juros nos EUA deve diminuir em dezembro, os investidores monitoram nesta sexta-feira (2) dados de emprego na maior economia do mundo, enquanto avaliam notícias de flexibilização da política de Covid Zero na China. No Brasil, os olhos estarão voltados para o desempenho da indústria brasileira no início do quarto trimestre.
O payroll será divulgado às 10h30 pela BLS (escritório de estatísticas trabalhistas dos EUA), revelando a taxa de desemprego e a criação de vagas em novembro. A expectativa de analistas ouvidos pela Reuters é de criação de 200 mil vagas, uma desaceleração importante na comparação com outubro (261 mil postos de trabalho abertos).
Um número muito acima disso pode sinalizar que a atividade ainda está muito aquecida, e que o Federal Reserve poderá ter mais trabalho no futuro para conter a inflação. O Fed se reúne nos dias 13 e 14 deste mês para decidir a nova taxa de juros americana, e a expectativa é por uma desaceleração de passo, do atual aumento de 0,75 ponto percentual para 0,50 ponto percentual.
Lá fora, os mercados também avaliam como se dará o movimento de flexibilização das restrições à circulação na China, que acontece após os maiores protestos em décadas no país.
Nesta sexta, várias cidades decidiram flexibilizar algumas das rígidas medidas, como o fim da exigência de testes diários para milhões de pessoas ou exigência de exame PCR negativo para dar entrada em hospitais.
Por volta das 8h15, os índices futuros americanos operavam próximos à estabilidade: o Dow Jones caía 0,06% , o S&P 500 recuava 0,02% e o Nasdaq estava em queda de 0,11%. O índice europeu Euro Stoxx 50 recuava 0,02%.
Indústria em outubro
Em dia de jogo do Brasil contra Camarões na Copa do Catar, que deve reduzir a liquidez dos mercados a partir das 16h, os investidores acompanham dados do comportamento da indústria brasileira em outubro, que serão informados às 9h pelo IBGE.
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PIB do 3º trimestre ainda mostra fôlego, mas indica final de ano fraco
Ontem, o órgão informou que o PIB brasileiro avançou 0,4% no terceiro trimestre, perdendo fôlego em relação ao primeiro semestre, em um desempenho pior que o esperado pelo mercado. A expectativa de analistas é que a indústria fique estável na comparação com setembro, e cresça 1,6% em relação a outubro do ano passado.