Maiores altas e baixas do Ibovespa na semana

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A semana foi marcada por eventos relevantes. Na sexta-feira (25), o IPCA-15 de julho registrou alta de 0,33% no mês e 5,30% em 12 meses, superando as projeções de 0,30% e 5,26%, respectivamente. 

  

No cenário político, as atenções se voltaram para a possível retaliação do Brasil à ofensiva tarifária de Donald Trump. O presidente americano voltou a ameaçar países com tarifas máximas, citando indiretamente o Brasil, até agora o único com tarifa anunciada oficialmente. Apesar da falta de diálogo direto com Washington, o ministro Fernando Haddad afirmou que ainda há espaço para negociação. Segundo fontes, o governo Trump prepara uma nova declaração de emergência para justificar a tarifa de 50% ao Brasil, que atualmente tem déficit comercial com os EUA. 

 

Variações positivas:  

 

 

O destaque positivo ficou com a Fleury (FLRY3), cujas ações subiram 14,65% impulsionadas por rumores de uma possível fusão com a Rede D’Or (RDOR3). A notícia, divulgada pelo jornalista Lauro Jardim e confirmada pelo Brazil Journal, indicava que a Rede D’Or estaria preparando uma proposta para incorporar o Grupo Fleury. Apesar da repercussão no mercado, ambas as empresas divulgaram comunicados afirmando que não há nenhum acordo firmado até o momento. Ainda assim, a especulação foi suficiente para impulsionar as ações da Fleury, refletindo a expectativa dos investidores em relação a uma possível consolidação relevante no setor de saúde. 

  

A Braskem (BRKM5) teve alta de 9,06% após a Petrobras solicitar formalmente sua inclusão como terceira interessada no processo conduzido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que analisa a venda da participação da Braskem detida pela Novonor. O pedido da Petrobras se dá em meio ao interesse do investidor Nelson Tanure na aquisição dessa fatia. A entrada da Petrobras no processo sinaliza um possível aumento no protagonismo da estatal em eventuais decisões estratégicas da empresa, o que gerou maior interesse no papel por parte do mercado. 

  

Já a Auren Energia (AURE3) registrou valorização de 7,38% na semana. A alta foi impulsionada por dois fatores principais: o JPMorgan revisou a recomendação das ações de “underweight” para “neutra”, destacando o bom desempenho operacional da companhia e a expectativa de melhora nos preços de energia no segundo semestre de 2025. O banco também elevou o preço-alvo para R$11,50 até o fim de 2026, indicando potencial de valorização de 22%. Além disso, o BNDES aprovou um financiamento de R$199,9 milhões para parques eólicos da Auren no Rio Grande do Norte, reforçando a perspectiva de crescimento da companhia no setor de energia renovável. 

 

 Variações negativas: 

 

 

No campo negativo, a maior queda da semana foi da Weg (WEGE3), com recuo de 14,63%. A empresa divulgou os resultados do segundo trimestre de 2025, que, embora tenham mostrado crescimento no lucro líquido na comparação trimestral e anual, frustraram as expectativas do mercado. As ações caíram após a divulgação dos resultados. Analistas destacaram que, mesmo com bons números absolutos, a empresa tem enfrentado margens pressionadas e crescimento abaixo do esperado em alguns segmentos, o que gerou revisão negativa nas projeções de curto prazo. 

  

A Yduqs (YDUQ3) caiu 6,84%, refletindo a mudança inesperada na liderança da companhia. O CEO Eduardo Parente anunciou sua saída para integrar o Conselho de Administração, sendo substituído por Rossano Marques, até então CFO. Alexandre Aquino assumiu o cargo de CFO. Embora a troca já fosse cogitada, parte do mercado não esperava que ocorresse de forma tão repentina, gerando incerteza sobre a continuidade da estratégia atual da companhia no curto prazo. 

  

Outras empresas também encerraram a semana em queda, como a Lojas Renner (LREN3), que recuou 5,70%; a Cyrela (CYRE3), que caiu 4,93%, e a Direcional (DIRR3), com baixa de 4,87%, ambas impactadas por um ambiente de maior cautela com o setor de construção civil diante das incertezas econômicas e políticas. 

  

A semana refletiu um cenário de seletividade por parte dos investidores, com destaque para movimentos especulativos e decisões estratégicas que influenciaram o desempenho das ações. Empresas com perspectivas de fusão, mudança de governança ou revisão de recomendação de analistas se valorizaram, enquanto aquelas com resultados abaixo do esperado ou mudanças inesperadas na gestão enfrentaram pressão vendedora. O mercado segue atento aos desdobramentos políticos e econômicos, tanto no cenário interno quanto internacional. 

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O calendário econômico traz atualizações relevantes que podem impactar os mercados. Veja os principais eventos da semana e suas possíveis consequências: Segunda-Feira (28/07)  08:30 - Brasil Boletim

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