O Orçamento de 2022 publicado nesta segunda (24) no Diário Oficial da União confirmou o que era esperado: o presidente Jair Bolsonaro vetou somente R$ 3,1 bilhões em despesas previstas para este ano, um terço dos R$ 9 bilhões de corte recomendados pelo Ministério da Economia.
O reajuste salarial de R$ 1,7 bilhões aos policiais federais, ponto sensível pelo fato de ser o gatilho para movimentações de outras categorias de servidores por aumento, foi mantido.
Na semana passada, outra preocupação fiscal pesou nos mercados: Bolsonaro anunciou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para zerar os impostos federais sobre combustíveis, ao custo de até R$ 50 bilhões em perda de arrecadação.
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Além do temor com essa abertura da porteira de gastos em ano eleitoral, os olhos dos investidores estão voltados para a reunião do Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos EUA), que na quarta-feira (26) deve dar mais pistas sobre o tamanho do aperto monetário à frente.
Desde a semana passada, as bolsas americanas vêm sofrendo com a possibilidade de um aumento de juros e retirada de estímulos mais intensos do que o esperado a princípio –a dúvida é até quando a bolsa brasileira, que vem sendo beneficiada pela disparada na cotação de commodities, resistirá a esse movimento.
Inflação no Brasil e nos EUA
O mercado ainda acompanhará com atenção a divulgação, também na quarta, do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro, que pode apontar os caminhos que a inflação seguirá no Brasil neste início de ano –na sexta, sai o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) fechado do mês.
A prévia do IGP-M de janeiro já mostrou que o aumento no preço do minério de ferro, da soja e do milho já está batendo na variação de preços em 2022.
O CPE, índice de preços ao consumidor dos EUA acompanhado pelo Fed para definição da política monetária, será divulgado na sexta.
PIB americano e taxa de desemprego brasileira
Na quinta, será informada a prévia do quarto trimestre do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos. No dia seguinte, é a vez do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informar a taxa de desemprego de novembro.
Veja abaixo a agenda completa.
Segunda-feira
Às 8h, a FGV divulga o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) até o dia 22 de janeiro.
Às 8h25, sai o Boletim Focus, do Banco Central, com projeções de analistas para juros, inflação, câmbio e PIB.
Às 11h45, a Markit informa a prévia de janeiro do PMI (índice de gerente de compras) da indústria e serviços dos EUA.
Terça-feira
Às 8h, a FGV informa a Sondagem do Consumidor de janeiro.
Às 12h, a Conference Board divulga a Confiança do Consumidor americano em janeiro.
Quarta-feira
Às 8h, a FGV divulga a Sondagem da Construção de janeiro.
Às 9h, o IBGE informa o IPCA-15 de janeiro.
Às 9h30, o Banco Central solta a nota sobre transações do Brasil com o exterior de dezembro.
Às 12h30, o Departamento de Energia dos EUA divulga os estoques acumulados de petróleo bruto até 21 de janeiro.
Às 14h30, sai o Relatório Mensal da Dívida Pública do Tesouro Nacional em dezembro.
Às 16h, o Fomc, comitê de política monetária do Federal Reserve, divulga sua decisão para a taxa de juros nos Estados Unidos.
Às 16h30, discursa o presidente do Fed, Jerome Powell.
Quinta-feira
Às 8h, a FGV solta a Sondagem da Indústria de janeiro.
Às 10h30, o BEA, escritório de estatísticas do Departamento de Comércio dos EUA, informa a prévia do PIB americano no quarto trimestre.
Às 10h30, o DoL (Departamento de Trabalho dos EUA) divulga o número de pedidos de auxílio desemprego atualizado até 21 de janeiro.
Sexta-feira
Às 8h, a FGV divulga as sondagens de comércio e serviços de janeiro.
Às 8h, a FGV divulga o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) de janeiro.
Às 9h, sai a taxa de desemprego de novembro, que será divulgada pelo IBGE.
Às 9h30, o Banco Central divulga a nota sobre operações de crédito em dezembro.
Às 10h30, será divulgado o PCE (Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal) dos Estados Unidos em dezembro.