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Na Renner (LREN3), “tempestade perfeita” faz vendas caírem e lucro frustra mercado no 4º tri

Nos últimos três meses de 2022, varejista teve lucro líquido de R$ 481,8 milhões, alta anual de 15,9%

Foto: Shutterstock/Alf Ribeiro

A Lojas Renner (LREN3), uma das principais varejistas de vestuário do Brasil, sofreu o que se chama de “tempestade perfeita” no quarto trimestre, ao ver um cenário econômico já desfavorável ao consumo ser agravado por acontecimentos atípicos no período, o que levou a empresa a ter uma queda nas vendas e a registrar um lucro líquido que ficou abaixo da expectativa de analistas.

Nos últimos três meses do ano passado, a companhia teve lucro líquido de R$ 481,8 milhões, alta de 15,9% em comparação a igual intervalo do ano anterior.

Apesar do avanço, o número ficou abaixo de todas as projeções levantadas pela Agência TradeMap (de Goldman Sachs, Santander, Itaú BBA, BTG Pactual e Genial Investimentos), em que a estimativa mais otimista era a do Itaú BBA, que previa lucro de R$ 541 milhões, e a mais pessimista era a do BTG Pactual, no valor de R$ 491 milhões.

Por outro lado, a Renner conseguiu dobrar o lucro líquido de todo o ano de 2022, ao somar R$ 1,3 bilhão de ganhos, crescimento de 104% em comparação ao resultado de 2021.

Além de sofrer com uma conjuntura econômica desfavorável ao consumo no quarto trimestre, com a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, o maior nível desde 2017, a Renner foi afetada negativamente pelo clima mais frio que o normal nos últimos meses do ano e pela realização de eventos como a Copa do Mundo (em novembro e dezembro) e as eleições (em outubro).

Em relação ao clima, o inverno “prolongado” acabou prejudicando as vendas da coleção de roupas dedicada à primavera. Quanto à Copa do Mundo e às eleições, os eventos reduziram o fluxo nas lojas em dias específicos, em especial nos dias dos jogos da seleção brasileira. Vale lembrar que a estreia da seleção brasileira na Copa ocorreu um dia antes da Black Friday.

Receita líquida estável da Renner

No quarto trimestre, a receita líquida operacional da Renner ficou praticamente estável em relação ao mesmo período de 2021, com uma ligeira queda de 0,2%, para R$ 3,5 bilhões.

Mas a retração foi maior, de 2,5%, no conceito “mesmas lojas”, que considera apenas as lojas que já existiam no quarto trimestre do ano anterior, para retirar o efeito de unidades que foram inauguradas depois disso.

O resultado, além disso, representa uma piora no ritmo de vendas. No quarto trimestre de 2021, as vendas em “mesmas lojas” haviam tido aumento de 18,9% ante o último trimestre de 2020.

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Já o GMV digital, indicador que mostra o faturamento bruto da Renner em vendas feitas por canais digitais, cresceu 6,1% no quarto trimestre do ano passado ante o nível de um ano antes, para R$ 551,6 milhões. Com isso, a participação das vendas digitais nas vendas totais foi de 11,7%, um pouco acima dos 11% do quarto trimestre de 2021.

No entanto, o crescimento do GMV digital também representa uma desaceleração em relação à variação anotada no quarto trimestre de 2021, quando a expansão havia sido de 37,7% ante o quarto trimestre de 2020.

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da operação de varejo da Renner, por sua vez, somou R$ 953,3 milhões nos últimos três meses do ano passado, alta de 31,7% em relação ao quarto trimestre de 2021.

Com isso, a margem Ebitda do varejo saltou para 26,8% no quarto trimestre de 2022, de 20,3% um ano antes.

Por outro lado, a Renner viu o seu resultado de serviços financeiros ficar negativo em R$ 34,6 milhões no último trimestre do ano passado, depois de ter anotado um desempenho positivo de R$ 51,6 milhões no quarto trimestre de 2021.

Ainda assim, a Renner conseguiu elevar a rentabilidade da companhia como um todo, que atingiu 12,8% no quarto trimestre do ano passado, quase o dobro dos 6,7% do quarto trimestre de 2021.

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