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Microsoft (MSFT34) sente desaceleração de produtos, perde margens e lucro recua 12,4%

Na última semana, foi revelado que a companhia pretende realizar uma demissão em massa de 10 mil empregados

Foto: Shutterstock/VDB Photos

Dando continuidade à temporada de balanços nos Estados Unidos, a Microsoft (MSFT34) apresentou seus números referentes ao segundo trimestre fiscal de 2023 (a empresa possui um ano fiscal diferente da maior parte das companhias). 

O balanço apresentado, que refere-se ao período de outubro a dezembro, mostrou certa desaceleração nos números da companhia, pressionada pela disparada das despesas operacionais ao longo dos últimos trimestre, o que levou a perda de margens – e a Microsoft percebeu isso.

Na última semana, foi revelado que a companhia pretende realizar uma demissão em massa de 10 mil empregados, o que equivale a 4,5% de sua força de trabalho total.

Na comparação anual, as despesas gerais e administrativas subiram 68,8%, para US$ 2,33 bilhões. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento subiram 18,8%, para US$ 6,84 bilhões. 

Com isso, os investidores podem começar a questionar a eficiência de custos da empresa, que sempre se mostrou uma das big techs mais resilientes aos diferentes cenários econômicos

Receita para cima, lucro para baixo

A receita total da Microsoft avançou 2% na comparação anual, atingindo a bagatela de US$ 52,74 bilhões no período entre outubro e dezembro de 2022. 

Aqui, o destaque fica para o faturamento com serviços, que chegou a US$ 36,23 bilhões, avanço de 17,06%. Essa linha de receita já equivale a mais do que o dobro da linha de produtos, que foi o carro-chefe da empresa por muito tempo.

Os produtos da empresa faturaram US$ 16,51 bilhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 20,5% na comparação anual. A empresa tem reportado queda em produtos consistentemente, sendo este quarto trimestre o segundo pior resultado trimestral desde o fim de 2021. 

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Vale ressaltar que os serviços da Microsoft são basicamente relacionados a serviços em nuvem, com o Microsoft Azure. Essa linha de faturamento tem segurado o resultado da Microsoft cada vez mais, já que a Azure elevou seu faturamento em 100% por cinco trimestres consecutivos e novamente bateu as projeções de investidores.

Além disso, os serviços de nuvem trazem recorrência à empresa, o que mitiga a volatilidade da geração de receita. 

No fim das contas, a empresa reportou um lucro líquido de US$ 16,42 bilhões, com margem líquida de 31,1%. Ambos os resultados representam quedas de 12,4% e 5,5 pontos percentuais, respectivamente.

Segundo o CEO da companhia, Satya Nadella, os clientes da Microsoft e da indústria em geral aumentaram o consumo digital durante a pandemia.

Agora, com a volta à normalidade, há uma melhor racionalização nesses gastos, o que explica a perda de receita com produtos e o desânimo do mercado com as projeções apresentadas pela empresa.

Microsoft pessimista

As projeções apresentadas pela empresa no balanço divulgado ontem não animaram os investidores – pelo contrário.

Segundo a CFO da Microsoft, Amy Hood, o mercado de computadores, que engloba o Windows, deve ter uma queda de 17% no primeiro trimestre deste ano (ou terceiro trimestre fiscal de 2023), em relação ao mesmo período de 2022.

Até para a Azure, o serviço de nuvem, a projeção é de desaceleração, entre quatro a cinco pontos percentuais, no primeiro trimestre deste ano. 

Por volta das 13h50, os papéis da Microsoft caíam 1,05%, após abrirem a sessão em queda de 4%. A empresa vale US$ 1,79 trilhão na Nasdaq.

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