Maiores altas e baixas do Ibovespa na semana

Fonte: Shutterstock/caioacquesta

A semana de 28 de setembro a 3 de outubro foi marcada por indicadores relevantes e eventos de impacto. No Brasil, a taxa de desemprego ficou em 5,6% no trimestre encerrado em agosto de 2025, repetindo o menor nível da série histórica iniciada em 2012, segundo o IBGE. 

Nos Estados Unidos, o relatório JOLTS mostrou 7,227 milhões de vagas abertas, acima da previsão de 7,190 milhões, enquanto o setor privado perdeu 32 mil postos de trabalho em setembro, de acordo com a ADP. Já no dia 1º de outubro, o governo americano entrou em shutdown após impasse no Congresso, o que levou à suspensão parcial de atividades e adiou a divulgação de dados econômicos importantes, como o payroll. 

Diante desse cenário, o mercado refletiu as incertezas externas e internas, o que se traduziu no desempenho das ações do Ibovespa. A seguir, as empresas que mais se destacaram entre as maiores altas e baixas da semana. 

Maiores altas 


A RD Saúde (RADL3) subiu 5,85% após aprovar o pagamento de R$ 140,7 milhões em juros sobre capital próprio, equivalentes a R$ 0,082136419 por ação. O pagamento será feito até 30 de maio de 2026, considerando a posição acionária de 3 de outubro de 2025. O anúncio reforçou a atratividade da ação, uma vez que os JCP são um dos principais instrumentos de remuneração dos acionistas. 

 

A Gerdau (GGBR4) avançou 5,29% na semana após anunciar previsão de investimento de R$ 4,7 bilhões para 2026, 21,7% abaixo do orçamento de R$ 6 bilhões deste ano. Segundo a companhia, cerca de R$ 3 bilhões anuais serão destinados à manutenção das operações nos próximos cinco anos, sendo R$ 2,9 bilhões no próximo ano, enquanto R$ 1,8 bilhão será voltado a projetos de competitividade. A decisão reflete a pressão do aço importado da China, que já ocupa quase um quarto do mercado brasileiro. O CEO, Gustavo Werneck, reforçou que não há espaço para expansão da capacidade produtiva no país e que a prioridade é fortalecer a competitividade diante da “concorrência desleal” com o aço chinês. A Metalúrgica Gerdau (GOAU4), holding da companhia, também acompanhou o movimento, subindo 5,15% na semana. 


A CSN Mineração (CMIN3) registrou valorização de 5,08% na semana, apoiada na leve alta do minério de ferro em Singapura, mesmo com os mercados chineses fechados pela Golden Week. O desempenho refletiu o bom momento do setor de mineração no Brasil, beneficiando a companhia. 

 

Maiores baixas 



A Magazine Luiza (MGLU3) liderou as quedas da semana, recuando 18,23%. Apesar da recuperação recente em setembro e da expectativa de que a queda da Selic favoreça a empresa devido ao seu elevado endividamento atrelado ao CDI, a pressão dos juros altos sobre o faturamento e a cautela dos investidores pesaram no desempenho da ação. 

 
A Vamos (VAMO3) caiu 11,96%, refletindo a queda de 64,3% no lucro líquido do 2T25, para R$ 83 milhões, além da revisão para baixo de seu guidance de 2025. Embora a receita tenha crescido 17%, a desaceleração das locações e a compressão das margens contribuíram para a perda semanal. 


O GPA (PCAR3) recuou 11,49% após o Citi rebaixar a recomendação da ação de neutra para venda, reduzindo o preço-alvo de R$ 3,40 para R$ 2,80. O banco destacou o elevado passivo fiscal como um dos principais riscos. Apesar de uma leve recuperação no início de outubro, a tendência da semana foi negativa, refletindo a preocupação dos investidores com a situação fiscal e as projeções da companhia. 
 

De forma geral, a semana refletiu a resiliência de setores como siderurgia, mineração e saúde, que sustentaram ganhos relevantes mesmo em um cenário de concorrência externa e volatilidade internacional. Por outro lado, o varejo e empresas de consumo enfrentaram forte pressão, influenciadas por juros elevados, revisões de guidance e preocupações fiscais, o que ampliou as quedas de ações como Magazine Luiza, Vamos e GPA. O contraste mostra como diferentes segmentos da economia respondem a fatores internos e externos, reforçando a seletividade do mercado no atual momento. 



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