Magazine Luiza (MGLU3) e varejistas recuam com indefinições na Fazenda e PEC da Transição

Mercado aguarda definições na nomeação da equipe econômica do novo governo e dos trâmites para a apresentação da PEC da Transição

Foto: Shutterstock/rafastockbr

Devolvendo os ganhos da véspera, as ações ligadas à economia doméstica, principalmente as varejistas, recuam com intensidade na Bolsa brasileira, ajudando o Ibovespa a ter um pregão negativo, diante da indefinição de nomes da equipe econômica do novo governo e dos rumos da política fiscal.

Com isso, por volta de 11h45, a Magazine Luiza (MGLU3) liderava as perdas do índice, recuando 5%, enquanto Via (VIIA3) caía 3,77%, Arezzo (ARZZ30) perdia 3,66%, Petz (PETZ3) tinha queda de 3,57% e Totvs (TOTS3) apontava em 3,25% para baixo.

O mercado está em compasso de espera pela definição da equipe econômica do novo governo e dos trâmites para a apresentação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição. Essa indefinição tem estressado a curva de juros nos últimos pregões, o que acaba prejudicando as companhias mais sensíveis aos juros, como as varejistas, por exemplo.

Na quarta-feira (23), por exemplo, os juros bateram níveis não vistos desde 2016, com a preocupação de expansão da dívida pública no novo governo.

Já nesta manhã, os contratos de juros com vencimento em janeiro de 2024 eram negociados com alta de 0,02 p.p (ponto-percentual), a 14,31%, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2026 tinham baixa de 0,03 p.p., a 13,43%, segundo dados da plataforma do TradeMap.

Apesar do movimento sem muita intensidade, as taxas precificam uma alta persistente nos juros, já que a Selic é cotada a 13,75% ao ano.

Movimentos do novo governo

Nesta sexta, o ex-ministro Fernando Haddad vai representar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um almoço com banqueiros, que também terá a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

A presença de Haddad aumentou as apostas de indicação do seu nome para comandar o Ministério da Fazenda. A conhecida resistência do mercado financeiro, contudo, foi atenuada ontem em meio à possibilidade de Pérsio Arida, um dos “pais” do plano Real, também assumir uma posição estratégica na equipe econômica.

Na visão do head de renda variável da Renova Invest, Nicolas Farto, o mercado espera mais notícias sobre essa suposta parceria, e destaca que a presença de Arida na pasta pode amenizar a percepção de risco fiscal visto pelo mercado. “Arida defende mais responsabilidade fiscal, o que dá mais previsibilidade e tranquilidade ao investidor”, afirma.

PEC da Transição

Além disso, o mercado segue à espera da apresentação da PEC da Transição, que deve ocorrer apenas na próxima semana.

Membros da equipe de transição se encontrarão com Lula hoje para debater os pontos do texto, que deve permitir exceções ao teto de gastos para o custeio do Bolsa Família ampliado e a reformulação do Orçamento para viabilizar programas considerados essenciais, como o Farmácia Popular.

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