A Petrobras (PETR4) registrou lucro líquido de R$ 31,5 bilhões no quarto trimestre de 2021, queda de 47,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com o terceiro trimestre, houve expansão de 1,2%.
Com isso, no acumulado de 2021, a Petrobras teve R$ 106,668 bilhões de lucro, avanço de 1.400,7% em comparação a 2020.
O lucro líquido do ano foi beneficiado principalmente pela alta de 77% no preço do petróleo tipo Brent no período, segundo a companhia, além de maiores volumes de venda no mercado interno e melhores margens de derivados. Houve ainda um efeito não recorrente de reversão de uma baixa contábil (impairment) de R$ 16,9 bilhões, abaixo dos R$ 34,3 bilhões de 2020.
A empresa destacou também a entrada de caixa, com a venda de US$ 4,8 bilhões em ativos em 2021.
O resultado trimestral, por sua vez, teve como fatores negativos uma menor reversão de impairment e maiores gastos com importação e participações governamentais. Os pontos positivos, por outro lado, foram os maiores preços de venda, a menor desvalorização cambial e ganhos com a venda de ativos.
Por volta das 20h20, os ADRs ordinários (PBR) da Petrobras subiam 1,65% no mercado americano, enquanto os preferenciais (PBRA) avançavam 4,45%.
Receita trimestral 79% maior
A receita da petroleira nos três últimos meses do ano passado foi de R$ 134,190 bilhões, expansão de 10,4% ante o trimestre anterior e de 79% na comparação com o quarto trimestre de 2020.
Nessa comparação, o efeito positivo da alta no preço do petróleo e da conversão cambial foi parcialmente compensada por quedas no volume de exportação de petróleo e de venda de derivados no mercado interno.
Com isso, a estatal fechou 2021 com receita de R$ 452,668 bilhões, alta de 66,4% em relação aos 12 meses anteriores. O crescimento foi impulsionado não só pela alta do preço da commodity, como pela aceleração da demanda no mercado interno, com o fim das restrições à mobilidade relacionadas à pandemia de Covid-19.
A Petrobras anotou ainda Ebitda de R$ 62,945 bilhões entre outubro e dezembro de 2021, alta de 33,8% ante igual período de 2020 e de 3,6% sobre o terceiro trimestre do ano passado.
No acumulado de 2021, o Ebitda da companhia foi de R$ 234,576 bilhões, expansão anual de 64,1%.
Ao fim do ano passado, o somatório das dívidas da companhia correspondia a 1,1 vez seu Ebitda, com dívida bruta de US$ 60 bilhões, atingindo a dívida da companhia. No terceiro trimestre de 2021, essa relação era de 1,17 vez a dívida líquida/Ebitda.
Produção
Os números de produção, divulgados no dia 9 de fevereiro, também apresentaram performance positiva na comparação anual, mas negativa em relação ao terceiro trimestre.
No quarto trimestre, a produção média de óleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural alcançou 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboe/d), 4,5% abaixo do registrado nos três meses anteriores, mas 0,8% acima do quarto trimestre de 2020. No acumulado do ano, a produção média foi de 2,7 MMboe/d, queda de 2,2%.
A produção de óleo e gás no Brasil ficou em 2,6 milhões de barris de óleo equivalente por dia no quarto trimestre, queda de 4,6% na comparação com o trimestre anterior, mas alta de 1% em relação aos mesmos três meses de 2020.
Do total, a produção de petróleo foi de 2,15 milhões de barris por dia, queda trimestral de 5,2%, mas alta anual de 0,7%, enquanto a produção de gás subiu 2,2% em relação ao quarto trimestre de 2020, para 513 mil barris de óleo equivalente por dia, mas caiu 1,3% em relação ao terceiro trimestre deste ano.
Com esses dados de produção, a companhia atingiu todas as metas estabelecidas no plano estratégico de 2021-2025, com o pré-sal correspondendo a cerca de 70% da produção.