Lucro de empresas do S&P 500 deve ter menor alta desde 2020, diz Julius Baer

A temporada de balanços dos Estados Unidos entra em sua semana mais cheia com um saldo de resultados relativamente fracos – o lucro das companhias até o momento está abaixo da média histórica, e isso deve levar a novas revisões para baixo nas previsões para o S&P 500 em 2023, aponta o banco suíço Julius Baer em relatório divulgado nesta terça-feira (25).

Cerca de um quarto dos componentes do S&P 500, um dos principais índices de ações do mercado americano, já apresentou os balanços do terceiro trimestre.

Neste grupo, 72% das empresas mostraram um lucro por ação acima do esperado. A taxa, no entanto, está abaixo da média dos últimos cinco anos, quando 77% das empresas superaram as estimativas.

Além disso, o valor médio do lucro por ação reportado superou em 4,5% as estimativas do mercado. Esse número também fica abaixo da média observada nos últimos cinco anos, de 8,7%.

Diante destes resultados, diz o Julius Baer, a expectativa de crescimento do lucro das empresas que compõem o S&P 500 no terceiro trimestre em relação a um ano antes caiu de 2,8% para 1,5%. Será o menor aumento desde o terceiro trimestre de 2020.

Excluindo as empresas de óleo e gás, o banco revisou a estimativa para o lucro das empresas do S&P 500 para queda de 4,8% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.

O banco espera uma revisão para baixo das projeções de lucros para o quarto trimestre e para 2023 após a temporada de balanços mais fraca que a média histórica.

“Os riscos estão se acumulando à medida que os estoques estão em níveis elevados, a confiança das empresas está caindo e os temores de recessão aumentam a pressão do lado da demanda”, destaca o Julius Baer em relatório.

Segundo o banco, esse cenário se traduz em menor poder de repasse de alta de preços por parte das empresas e mais pressão nas margens.

Nesta semana, 43% das empresas do S&P 500 devem reportar os balanços do terceiro trimestre. Na lista de divulgação estão big techs como Meta (M1TA34), Apple, Microsoft (MSFT34) e Alphabet (GOGL34), a dona do Google.