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Lojas Renner (LREN3): Após crescimento de 57%, vendas devem desacelerar no 3º trimestre, diz CEO

Rentabilidade deve se manter em níveis semelhantes aos de 2019, segundo executivo

Foto: Shutterstock

O crescimento nas vendas da Lojas Renner (LREN3) — que no segundo trimestre foi impulsionado por ondas de frio no inverno, aumento da mobilidade e datas comemorativas — deve perder tração nos próximos meses, de acordo com Fabio Faccio, CEO da Renner.

Durante a teleconferência de resultados na tarde desta sexta-feira (5), Faccio listou uma série de fatores que fazem a companhia acreditar que a expansão das vendas deva sair do patamar registrado no segundo trimestre e caminhar em direção a níveis parecidos com os vistos nos três meses anteriores.

No primeiro trimestre deste ano, a varejista registrou vendas de R$ 2,2 bilhão, alta de 35% versus o primeiro trimestre de 2019, período anterior à pandemia. Já no segundo trimestre, cujos resultados foram divulgados na noite de ontem (4), as vendas superaram em 57% o patamar de 2019, a R$ 3,17 bilhões.

Em primeiro lugar, a expectativa da companhia é que, com a situação normalizada há algum tempo, já não haja demanda reprimida para sustentar os volumes de venda do terceiro trimestre.

Outro efeito que impulsionou as vendas do segundo trimestre, a antecipação de ondas de frio, pode jogar contra o faturamento dos próximos meses.

“O que temos visto é que parte do que poderíamos ter vendido em julho, o estoque de inverno, foi vendido em abril e maio, o que foi positivo, pois vendemos com uma margem bruta melhor, mas causou desaceleração em julho”, explica o CEO.

Além disso, o terceiro trimestre de 2021 já foi um período com menos restrições à mobilidade em relação aos três meses anteriores, de modo que as bases de comparação dos resultados são mais altas, dificultando um crescimento anual nas mesmas proporções do segundo trimestre.

“As vendas são sempre expectativas, é difícil afirmar. Mas imaginamos um cenário mais semelhante ao primeiro trimestre, porque estamos tirando da conta o efeito positivo de demanda reprimida e temperaturas mais frias que tivemos no segundo trimestre”, afirma Fabio Faccio.

Finalmente, Faccio menciona também o cenário macroeconômico, sobretudo o impacto da inflação na capacidade de compra da população, que deve jogar contra as vendas nos próximos meses.

Isso, porém, pode ser compensado pelo Auxílio Brasil de R$ 600 e por um arrefecimento na pressão inflacionária.

De uma maneira geral, contudo, a varejista acredita que sua capacidade de oferecer coleções atrativas e diferenciadas deva continuar garantindo bons resultados.

Em termos de margens, a expectativa da Renner é de manutenção em patamares semelhantes aos de 2019, apesar dos desafios impostos pelo cenário macroeconômico, diz o CEO. Para o Ebitda total, a projeção é de retorno aos níveis de 2019 neste ano.

“Continuamos a ter o produto correto, executado corretamente no ponto de venda, o que tende a levar a menos markdowns [promoções] e deixar a margem bruta perto dos níveis de 2019”, afirma, apontando que a margem também pode ser apoiada pela redução de custo de algumas matérias primas, como algodão e petróleo.

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