Lista de indicados para Petrobras (PETR4) não convence analistas do Goldman Sachs – entenda

Para os analistas, ainda é cedo para ter uma noção de qual será o rumo tomado pela empresa

Foto: Shutterstock/Saulo Ferreira Angelo

Após o governo anunciar uma lista de indicados para compor o conselho da Petrobras (PETR4), o Goldman Sachs distribuiu um relatório a clientes no qual reconhece o “aspecto técnico” dos escolhidos, mas reiterou que segue com um pé atrás com a companhia.

O banco americano deixou de recomendar a compra das ações da estatal dias depois da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição do ano passado, por acreditar que a troca de governo representou um aumento de incertezas em relação a quais políticas serão adotadas pela empresa nos próximos anos.

A lista de indicados pelo governo, divulgada no fim da noite de segunda-feira (27), tem oito nomes e inclui o próprio CEO da empresa, Jean Paul Prates, e o secretário da área de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Piero Adamo Sampaio Mendes, apontado para ser o presidente do conselho.

Os demais escolhidos são Carlos Eduardo Turchetto Santos, Vitor Eduardo de Almeida Saback, Eugênio Tiago Chagas Cordeiro e Teixeira, Wagner Granjar Victer e Sergio Machado Rezende.

Aos clientes do banco, os analistas do Goldman fizeram um pequeno currículo de cada um, todos de alguma maneira ligados ao setor de energia ou com experiência em negócios, e reconheceram que a lista tem um viés técnico, o que seria positivo.

Apesar disso, os analistas acreditam que ainda é cedo para ter uma noção de qual será o rumo tomado pela empresa.

“Vamos aguardar para ver a abordagem dos novos conselhos em relação aos principais temas de discussão na empresa, tais como: política de preços de combustíveis, novos investimentos fora do segmento de petróleo, entre outros”, escreveram os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins.

Eles também admitem que a ação da empresa tem sido negociada na bolsa a preços que não estão caros e lembram que há uma expectativa de que os dividendos para 2023 podem gerar um retorno (dividend yield) em torno de 32% aos acionistas.

No entanto, reiteram que há um aumento da incerteza em torno das políticas a serem adotadas nos próximos anos.

O banco segue como uma visão neutra em relação à ação da Petrobras, com uma estimativa de preço-alvo de R$ 26,30.

Ações

Por volta de 13h50, tanto as ações ordinárias quanto preferenciais operavam em baixa, sendo que a preferencial subia até perto desse horário. No entanto, o papel virou após a estatal anunciar um corte de quase 4% no preço da gasolina e de 2% no diesel, deixando o mercado apreensivo se isso pode ser uma intervenção política, já que a partir de amanhã os impostos sobre combustíveis voltam a subir.

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Hoje é o último dia da validade da isenção do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol e o governo deve anunciar detalhes da reoneração dos combustíveis, que vem sendo costurada em conjunto com a Petrobras. Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo pode usar um “colchão” dentro da política de preços da estatal para compensar o aumento nos preços.

No horário acima, o papel preferencial da empresa caia 2,56%, enquanto o ordinário tinha baixa de 3,56%.

 

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