A Klabin (KLBN11) reportou números acima do esperado no terceiro trimestre do ano, inclusive já mostrando uma pavimentação para o quarto trimestre, que também deve ser positivo. No entanto, essa sinalização não foi suficiente para guinar as ações da empresa nesta quinta-feira (27).
Isso porque o mercado, que sempre está olhando dois palmos à frente, vê um 2023 muito complicado para a empresa, principalmente porque existe a expectativa de queda no preço da celulose no mercado internacional.
Se o preço da celulose está rodando a níveis históricos em 2022, acima de US$ 600 por tonelada, para o próximo ano esse número deve cair bastante, em função do cenário macroeconômico adverso, inflação alta, juros subindo ao redor do mundo, guerra no Leste europeu e incertezas na China.
Só para se ter uma ideia, mesmo diante de um aumento de 51% nos custos de produção, a Klabin foi capaz de reajustar preços, impulsionar a receita e fechar o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 2,05 bilhões, crescimento de 69% na comparação com o mesmo período do ano passado.
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Em relatório publicado nesta quinta, o Goldman Sachs, por meio dos analistas Marcio Farid, Gabriel Santos e Henrique Marques, vê um quarto trimestre forte para a Klabin, devido ao contínuo fortalecimento do preço da celulose e melhor sazonalidade dos produtos de papel.
“No entanto, acreditamos que o quarto trimestre provavelmente irá comercializar o pico para o ciclo e os investidores se concentrarão em onde os preços da celulose e do kraftliner vão se estabilizar, entrando no que se espera que seja um ano de excesso de oferta em 2023”, explica o banco.
Além disso, os analistas do Goldman alertam para a alocação de capital da companhia, no qual deve ser o foco dos investidores daqui para frente, principalmente na conclusão do projeto Puma II.
Por volta de 12h23, o papel da empresa de papel e celulose operava em baixa de 1,28%, a R$ 20,89, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, subia 0,89%, aos 113.771 pontos, após três baixas consecutivas.