Após uma semana de pessimismo com os rumos da política econômica do novo governo, os juros futuros e o dólar dão continuidade ao alívio do pregão de ontem na manhã desta quinta-feira (5), sendo negociados em queda em meio a sinais de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu dar um basta em declarações polêmicas dos seus ministros.
Informações de bastidores de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem o apoio de Lula na defesa da redução do déficit primário previsto para este ano também tiraram pressão dos preços. O novo comandante da equipe econômica perdeu prestígio com o mercado no início da semana após a desoneração dos combustíveis ser prorrogada por dois meses.
Por volta das 11h10, o dólar futuro recuava 0,46%, negociado a R$ 5,43. A taxa dos contratos DI com vencimento em janeiro de 2024 caía de 13,75% para 13,72%, e a taxa para janeiro de 2026 recuava de 13,19% para 13,08%.
As quedas se reduziram após o relatório ADP, que mede o emprego privado nos Estados Unidos, mostrar um mercado de trabalho mais aquecido do que o imaginado em dezembro, o que é um estímulo a juros mais altos na maior economia do mundo.
Ontem, Lula convocou sua primeira reunião ministerial para esta sexta-feira (6), e segundo os principais jornais irá pedir que ministros e auxiliares só falem em nome do Executivo quando autorizados, como forma de evitar ruídos.
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O novo governo já mostrou sinais na direção de melhorar a comunicação ontem, para alívio do mercado. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, desautorizou as declarações do ministro da Previdência, Carlos Lupi, que durante a sua posse sugeriu a reversão da reforma da Previdência e negou a existência de déficit nas contas públicas das aposentadorias.
Haddad empoderado?
Em reportagem no Jota, o jornalista Fábio Graner apurou com fontes do PT (Partido dos Trabalhadores) que o discurso fiscalista de Haddad, de redução do deficit previsto para 2023, é avalizado pelo presidente Lula.
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De acordo com uma das fontes ouvidas pelo jornalista, o ministro “está claramente mandatado por Lula para diminuir sensivelmente o déficit fiscal primário, sem prejuízo de implementar as agenda de inclusão do pobre no orçamento”.