Os juros futuros abriram em alta nesta quarta-feira (23), com os investidores monitorando os riscos fiscais da PEC da Transição, que pode ser protocolada hoje no Senado, e a contestação do resultado das eleições feita pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na terça (22).
O mercado aguarda ainda a ata da última reunião do Federal Reserve, que será divulgada às 16h. O banco central americano elevou os juros dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual no encontro, realizado no início de novembro, mas deve moderar o ritmo de aumentos para 0,50 ponto no encontro de dezembro.
Por volta das 10h, os contratos DI com vencimento em janeiro de 2024 eram negociados em alta de 16 pontos-base, a 14,51%, enquanto que aqueles com vencimento em janeiro de 2026 avançavam 24 pontos-base, a 13,75%, segundo dados da plataforma TradeMap. No mesmo horário, o dólar, que abriu em leve queda, subia 0,15%, a R$ 5,38.
O mercado monitora os riscos embutidos na PEC, cujo texto original previa a abertura de um espaço de até R$ 200 bilhões no Orçamento fora do teto de gastos para pagamento de benefícios sociais e investimentos.
A expectativa é que o texto seja alterado no Congresso, e que os parlamentares não aprovem a exclusão do Bolsa Família de R$ 600 de forma permanente da âncora fiscal.
Mesmo assim, o PT indicou hoje que defenderá que o benefício seja retirado do teto por quatro anos, e que a autorização de gastos chegue a pelo menos R$ 175 bilhões.
Além disso, os investidores monitoram o fato de o PL ter contestado o resultado das eleições ontem no TSE, alegando supostas irregularidades nas urnas.