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Juros caem após IPCA levar mercado a reduzir aposta em Selic mais alta em 2022

Papéis do Tesouro Direto têm ganho com mercado reduzindo apostas em uma Selic mais alta em 2022, após desaceleração do IPCA em novembro

As taxas de juros recuaram nesta sexta-feira, 10 de dezembro,  com o dado do IPCA de novembro vindo abaixo do esperado pelo mercado, mostrando uma desaceleração em relação a outubro.

Os investidores reduziram as apostas em uma elevação mais forte da taxa Selic apenas um dia depois de terem feito movimento inverso – ontem, a expectativa era de juros maiores refletindo o tom mais duro do comunicado do  Comitê de Política Monetária (Copom), sinalizando mais altas da Selic pela frente para tentar trazer a inflação de volta à meta.

A alta de 0,95% do IPCA em novembro foi a maior para este mês desde 2015 (1,01%), mas ficou abaixo do esperado pelo mercado e do avanço observado em outubro (1,25%). Em 12 meses, a inflação saiu de 10,67% em outubro para 10,74% em novembro – a maior desde novembro de 2003 (11,02%). O número está bem acima do teto da meta de inflação deste ano, de 5,25%.

A LCA Consultores espera que o grupo de habitação e transportes contribua para uma desaceleração do IPCA em dezembro, prevendo alta de 0,73% para o índice de inflação.

“Habitação perderá força pela moderada desaceleração que projetamos para aluguel residencial, condomínio e gás de botijão. Sobre transportes, a evolução recente do petróleo sinaliza relevante moderação dos combustíveis em dezembro”, apontou a LCA em relatório. A projeção da consultoria é de alta do IPCA de 10,06% em 2021 e 5,48% em 2022, ainda acima do teto da meta que é de 5,25% em 2022.

O Banco Original também prevê uma desaceleração do IPCA em 2022. “Há sinais iniciais de arrefecimento do quadro inflacionário, evidenciado pelos preços no atacado, mas as nossas estimativas para 2022 se mantêm em 5,2%, com o IPCA mantendo-se em 2 dígitos pelo menos ao longo no primeiro trimestre”, apontou o banco em relatório.

O banco destaca contudo, que a queda expressiva em novembro teve influência de fatores transitórios, como os descontos da Black Friday, embora o segmento de alimentos tenha mostrado uma deflação, a primeira em muito tempo.

Com o dado mais fraco que o esperado da inflação, as taxas dos contratos futuros de juros cederam na B3. Às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 caiu de 11,635%, no ajuste anterior, para 11,46%. Já a taxa do DI para janeiro de 2027 recuava de 10,61% para 10,37%.

Impacto nos papéis no Tesouro Direto

As taxas dos títulos do Tesouro Direto  também recuaram nesta quinta-feira.

A taxa do papel prefixado para 2024 caía, às 16h, de 10,93% para 10,52%, enquanto a taxa do título para 2026 recuava de 10,67% para 10,28%.

Já as taxas dos títulos atrelados à inflação Tesouro IPCA+ também operavam em queda. A taxa do papel com vencimento em 2026 caía de 4,99% para 4,82%, enquanto a taxa do título para 2030 recuava de 5,05% para 4,94%. Esses papéis pagam uma taxa prefixada mais a variação da inflação.

Quando as taxas caem, os papéis emitidos com taxas de juros mais altas se valorizam. Assim quem tem esses papéis  nas carteiras teve ganho hoje.

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