No quarto trimestre de 2022, o lucro líquido ajustado da JSL (JSLG3) atingiu R$ 110 milhões, um avanço de 73,8% frente os R$ 63,3 milhões vistos no último trimestre de 2021. No ano completo, o lucro ficou em R$ 223,5 milhões, em linha com o visto em 2021.
O lucro ajustado, segundo a JSL, exclui o efeito da desmobilização de uma operação de armazenagem no Rio de Janeiro e efeitos da amortização do ágio de aquisições.
Sem o ajuste, o lucro do quarto trimestre teria sido menor, de R$ 94 milhões, mas teria crescido praticamente na mesma proporção em relação a um ano antes. O lucro sem ajuste veio acima do esperado pelo Banco Inter, que projetava um resultado de R$ 54 milhões.
Já a receita líquida somou R$ 1,66 bilhão, avanço de 25,2% na comparação anual. Desse total, a receita com serviços somou R$ 1,60 bilhão, e o restante, R$ 54 milhões, com a venda de ativos.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado foi de R$ 319 milhões no quarto trimestre, um montante 45% maior que o visto no ano anterior e em linha com o esperado pelo Inter.
Em relatório prévio ao balanço, o banco previa que o “arrefecimento da evolução da inflação e a incorporação de um ambiente de juros mais elevado nos novos contratos ajudaria na expansão de margem da companhia”, cenário que se mostrou correto.
A JSL destacou que o crescimento no lucro do quarto trimestre aconteceu a despeito da alta de juros. No início do quarto trimestre de 2021, a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, estava em 6,15% ao ano. Já no mesmo período do ano passado, estava em 13,75%, patamar igual ao atual.
O CFO da empresa, Guilherme Sampaio, afirmou, em entrevista à Agência TradeMap, que o resultado positivo foi causado por uma combinação de estratégias de reduzir custos somadas ao aumento da eficiência operacional, junto com a integração (sinergias) com as empresas adquiridas nos últimos anos.
Somado a isso, Sampaio vê um reflexo da estratégia da empresa de continuar a investir em seus projetos, “monitorando quais contratos puxam a rentabilidade para baixo”, e resolvendo esses problemas.
De acordo com a empresa, o resultado “comprova os diferenciais estratégicos e força do modelo de negócios”. “Com a consolidação das aquisições realizadas nos anos anteriores e incorporação da TruckPad ao nosso portfólio, reportamos receita bruta de R$ 7,1 bilhões no ano de 2022”, afirmou a empresa em seu balanço.
A companhia de logística firmou R$ 3,3 bilhões em novos contratos no trimestre, com um prazo médio de 55 meses, que segundo a JSL, “reforçarão a geração de receita futura”.
Desse montante, 66%, ou R$2,2 bilhões referem-se ao setor de papel e celulose, incluindo um projeto de R$ 1,4 bilhão em que a JSL foi escolhida como o principal provedor na movimentação e transporte de madeira. “Isso comprova a confiança na excelência de nossos serviços e capacidade de execução”, afirmou o CFO da JSL.
De acordo com a companhia, o crescimento da receita bruta combinado da JSL com as empresas adquiridas em 2021 – TPC, Rodomeu, Marvel, Fadel Holding e Moreno Holding – é de 20% na comparação anual, enquanto a operação só das adquiridas cresceu 35%.
“A transformação das empresas adquiridas segue impactando positivamente na execução de nossa estratégia”, afirmou a JSL, no seu balanço. A receita internacional vinda da África do Sul, onde atua a Fadel Holding, que iniciou suas operações no país neste trimestre, já representou 4% do total da JSL.