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IRB (IRBR3): após queda forte seguindo balanço do 3º tri, ação salta 17% em recuperação

Alta pode refletir movimentações de grandes players no mercado, segundo analista

Foto: Shutterstock/Brenda Rocha - Blossom

Um dia depois da divulgação do balanço do terceiro trimestre, as ações da resseguradora IRB (IRBR3) caíram 4,65% no pregão na última sexta-feira (11). Hoje, em movimento de recuperação, os papéis lideram as altas do Ibovespa, com disparo da ordem de 17% por volta das 17h15. O movimento parece ser de correção.

“O último resultado veio fraco, ainda pior do que o esperado, e as ações tiveram uma queda forte. Hoje, as cotações estão em alta retornando aos níveis que estavam no início da semana passada”, assinala Luan Alves, analista chefe da VG Research.

Alves aponta ainda outro fator que pode estar por trás da valorização da ação no pregão de hoje: “Essas flutuações são provavelmente decorrentes de movimentações realizadas por grandes players no mercado”, afirma o analista.

Mais um prejuízo

Na última quinta-feira (10), o IRB divulgou seus resultados para o terceiro trimestre, que mostraram mais um prejuízo, desta vez de R$ 298,7 milhões, 97,8% acima do registrado no mesmo período do ano passado.

Apesar de as perdas terem vindo quase três vezes acima do projetado pelo BTG Pactual, Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel, analistas do banco, afirmaram, em relatório na última sexta-feira, que os números não foram uma grande surpresa, uma vez que dados divulgados pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), entidade que regula o setor, já indicavam perdas mensais em julho e agosto.

O Santander, por sua vez, esperava um prejuízo de R$ 24 milhões. Já a Genial Investimentos previa um prejuízo de R$ 332 milhões, resultado mais próximo do registrado. A corretora destacou, em relatório publicado na última sexta-feira, que prejuízo contínuos comprometem o capital e a liquidez da empresa.

“O IRB consumiu R$ 789 milhões de caixa no trimestre, usando boa parte do aumento de capital recente e colocando em dúvidas a necessidade de mais capital caso o IRB não volte a gerar lucro o quanto antes”, comentam os analistas Eduardo Nishio e Wagner Biondo, da Genial.

Os analistas do BTG também avaliam que a posição de capital do IRB parece “apertada” após o terceiro trimestre. “Enquanto tendemos a acreditar que o IRB pode gerar lucro novamente no futuro, se não se tornar positivo em breve, vemos riscos de possíveis rebaixamentos por agências de classificação e a necessidade de outro aumento de capital”, afirmam.

O desempenho do terceiro trimestre, segundo a companhia, foi impactado pelos efeitos climáticos que afetaram contratos de riscos do segmento rural e pela Covid-19 no segmento “vida”.

Segundo a empresa, essas variações climáticas elevaram a sinistralidade a níveis não esperados. No intervalo de julho a setembro, o sinistro retido (SR) atingiu R$ 1,38 bilhão, resultado 30,4% menor na comparação anual.

O sinistro retido representa o volume de sinistros ocorridos de responsabilidade da seguradora. No momento do cálculo do SR, a seguradora já terá registrado parte dos sinistros e deverá estimar os ocorridos no período e ainda não avisados até a data de cálculo. Assim, SR são os sinistros ocorridos e avisados no período mais a IBNR (provisão de sinistros ocorridos e não avisados).

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