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Inflação nos EUA, Petrobras (PETR4) e risco fiscal – veja o que importa na semana

Investidores ainda acompanham dados de preços no Brasil e taxa de desemprego

Foto: Shutterstock

A última semana de junho começa com uma notícia positiva para a economia global, já que a China anunciou durante o fim de semana a ampliação do relaxamento das restrições à circulação em Xangai. Por outro lado, os mercados internacionais se manterão em compasso de espera da divulgação de dados da inflação oficial dos Estados Unidos, que acontece na próxima quinta-feira (30).

O PCE (Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal) é o indicador de preços acompanhado pelo Federal Reserve, o banco central americano, para tomar decisões sobre política monetária. Os números que saem no final desta semana são referentes a maio, mas serão acompanhados com lupa pelos investidores, que avaliarão se a alta de preços chegou ou não a um pico na maior economia do mundo.

Qualquer aceleração acima ou abaixo do esperado deve se refletir nos preços, já que os investidores tentam estimar quanto e por qual período o Fed terá que elevar a taxa de juros dos Estados Unidos para conter a maior inflação em quatro décadas.

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Os índices futuros americanos operam no azul nesta manhã. Por volta das 8h10, o Dow Jones subia 0,26%, o S&P 500 estava em alta de 0,36% e o Nasdaq ganhava 0,47%.

No mesmo horário, o EuroStoxx 50 operava em alta de 0,73%.

Por que isso importa?

Indicações de uma inflação maior ou menor que o esperado afetam os juros futuros, e o PCE é o indicador oficial acompanhado pelo Federal Reserve em suas decisões de política monetária.

Além de refrearem a atividade econômica – o receio dos investidores é de uma recessão no futuro -, juros elevados nos Estados Unidos deixam investimentos em bolsa e em ativos de países emergentes como o Brasil menos atrativos.

Novo presidente da Petrobras

Nesta segunda-feira (27), às 11h, o conselho de administração da Petrobras (PETR4) terá uma reunião extraordinária para avaliar a indicação de Caio Mário Paes de Andrade à presidência da estatal. Se o nome do executivo for aprovado, a posse pode acontecer ainda hoje, em meio a uma forte pressão do governo federal para mudanças na política de preços da estatal.

Na última sexta (24), o Celeg (Comitê de Elegibilidade da Petrobras) decidiu que o ex-secretário de desburocratização do Ministério da Economia pode ser presidente da companhia apesar de não preencher os requisitos técnicos previstos na legislação.

“Depois desses aumentos distorcidos da Petrobras, pela quarta vez nós propusemos agora uma mudança. E ele vai chegar com compromisso junto ao ministro Sachsida [Adolfo Sachsida, ministro de Minas e Energia] de fazer rapidamente uma radiografia da Petrobras, falar realmente o que é o PPI [preço de paridade internacional]. Se ele tem que ser reajustado imediatamente ou se tem um prazo de carência”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro na noite de ontem.

Por que isso importa? 

O aumento nos preços dos combustíveis, que vêm sendo impulsionados pela guerra entre Rússia e Ucrânia, é considerado a principal pedra no sapato de Bolsonaro nas eleições deste ano.

O governo espera que o novo presidente da estatal segure novos repasses ao consumidor, o que pode levar a estatal a perder valor de mercado.

PEC dos Combustíveis

Os investidores ainda acompanham nesta segunda a apresentação do texto da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Combustíveis, que será apresentada pelo relator Fernando Bezerra (MDB-PE).

No texto, serão incluídas medidas para turbinar programas sociais até o final do ano, como o aumento do valor do Auxílio Brasil para R$ 600, um auxílio a caminhoneiros no valor de R$ 1.000 e aumento do valor do vale-gás a famílias de baixa renda.

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O custo do pacote, que substituirá o ressarcimento aos estados que zerarem o ICMS de combustíveis, será de R$ 34,8 bilhões. Essas despesas furam o teto de gastos, mecanismo considerado a âncora fiscal do país, e já vem fazendo preço no mercado.

Por que isso importa?

Quando o risco de descontrole das contas públicas de um país se eleva, investidores passam a pedir taxas de juros bem maiores lá na frente para comprar títulos públicos – ou, se você preferir, emprestar dinheiro ao governo. O medo em relação às contas públicas também faz o dólar ficar mais caro, o que acelera a inflação.

Veja abaixo a agenda da semana:

Segunda-feira

Às 8h, a FGV informa a Sondagem da Construção de junho.

Terça-feira

Às 8h, a FGV divulga a Sondagem da Indústria de junho.

O Tesouro Nacional divulga o relatório mensal da dívida pública de maio.

Às 11h, o Conference Board informa a confiança do consumidor americano em junho.

Quarta-feira

Às 8h, a FGV informa as sondagens do Comércio e Serviços em junho.

Às 8h, a FGV divulga o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) de junho.

Às 14h30, o Tesouro Nacional informa o resultado primário de maio.

Às 9h30, os EUA informam o PIB do primeiro trimestre.

Quinta-feira

Às 8h, o Banco Central publica o Relatório Trimestral de Inflação.

Às 9h, o IBGE informa a taxa de desemprego de maio.

Às 9h30, será informado o PCE (Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal) de maio nos Estados Unidos.

Sexta-feira

Às 15h, a Secretaria de Comércio Exterior informa a balança comercial de junho e do primeiro semestre.

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