No dia seguinte à animação dos mercados com o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que confirmou que o mais provável é que os juros passem a subir em ritmo menor na reunião deste mês, os investidores monitoram hoje os dados do PCE (Índice de Preços Para Despesas com Consumo Pessoal) de outubro.
Esse é o indicador de inflação que é o mais olhado pelo Fed, e pode ajudar a confirmar ou refutar o otimismo recente do mercado com as perspectivas do mercado para a política monetária à frente. A expectativa do mercado é de uma leve alta de 0,3%, uma desaceleração em relação ao ritmo de setembro.
Ontem, Powell afirmou que acredita que os EUA ainda conseguem fazer um pouso suave (desacelerar o ritimo da atividade sem recessão). “Faz sentido moderar o ritmo de alta nos juros conforme nos aproximamos de um nível de restrição suficiente para baixar a inflação”, declarou. “O momento para essa moderação pode vir na reunião de dezembro”.
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Os mercados aguardam o número de criação de vagas nos Estados Unidos, que mostrará como está o mercado de trabalho na maior economia do mundo e que será informado nesta sexta (2).
Além do discurso de Powell e dos sinais de flexibilização da política de Covid Zero na China, a Bolsa subiu ontem com a cotação do petróleo disparando após anúncio de redução importante nos estoques da commodity nos Estados Unidos.
Por volta das 8h15, os índices futuros americanos operavam no vermelho: o Dow Jones caía 0,20%, o S&P 500 caía 0,11% e o Nasdaq recuava 0,27%. No mesmo horário, o índice europeu Euro Stoxx 50 subia 0,39%.
PIB do 3º trimestre
Nesta quinta, às 9h, o IBGE informa o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre.
A expectativa de analistas é que a economia tinha continuado a avançar após subir 2,5% no primeiro semestre, mas em um ritmo menor, com o retorno do pós-pandemia perdendo fôlego e a alta da taxa básica, a Selic, chegando à ponta.
Especialistas ouvidos pela Reuters esperam um crescimento de 0,7% na comparação com o segundo trimestre, e de 3.,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Ministro, só semana que vem
O mercado brasileiro ainda continua acompanhando a transição de governo. Ontem, o ex-ministro Fernando Haddad, cotado para assumir a Fazenda, afirmou que os comandos dos ministérios só serão informados pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, na semana que vem.
A PEC da Transição, que foi protocolada propondo a abertura de R$ 200 bilhões em espaço no Orçamento, será desidratada no processo de negociação com o Congresso, cenário que animou a Bolsa ontem. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que, do jeito que está, o texto não será aprovado.