Um dia antes de o Federal Reserve anunciar sua decisão sobre os juros americanos, os investidores estão de olho no CPI (índice de preços ao consumidor) de novembro nos Estados Unidos, que será divulgado às 10h30 desta terça-feira (13).
A expectativa de analistas é que os dados da secretaria de estatísticas trabalhistas (BLS) mostrem a inflação avançando 0,3% no mês passado, desacelerando em relação aos 0,4% registrados em outubro. No final da semana passada, o órgão informou que o PPI (índice de preços ao produtor) mostrou avanço de 0,3%, acima do esperado pelo mercado.
Amanhã, o Fed deve anunciar a desaceleração do ritmo de alta dos juros, de 0,75 ponto percentual para 0,50 ponto percentual. Apesar disso, permanecem os temores de que o BC americano será obrigado a levar a taxa a um patamar elevado no ano que vem, o que poderia impulsionar uma recessão da maior economia do mundo. O dado de hoje deve ajudar a calibrar as apostas para a taxa terminal americana.
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Os mercados europeus também operam em ritmo de espera pela definição dos juros pelo BoE (Banco da Inglaterra) e BCE (Banco Central Europeu), que divulgam suas decisões na quinta-feira (15).
Por volta das 8h, os índices futuros americanos operavam em alta: o Dow Jones avançava 0,35%, o S&P 500 subia 0,37% e o Nasdaq estava em alta de 0,44%. No mesmo horário, o índice europeu Euro Stoxx 50 avançava 0,84%.
Por que isso importa?
Controlar a inflação é o principal objetivo atual dos principais bancos centrais do mundo. Taxas de juros mais elevadas em grandes economias retiram a atratividade de ativos de risco e de países emergentes como o Brasil. Além disso, o movimento de aperto monetário global pode levar a uma recessão da economia mundial.
Ata do Copom e fala de Haddad
Os investidores ainda repercutem a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), divulgada há pouco pelo BC, que reforçou a preocupação da autoridade monetária com o cenário fiscal brasileiro.
No último encontro, o colegiado voltou a manter a taxa básica, a Selic, em 13,75% ao ano, mas a dúvida é quando o BC conseguirá cortar a Selic em um cenário de aumento do risco fiscal.
O mercado também monitora a Pesquisa Mensal de Serviços de outubro, que será informada às 9h pelo IBGE. A expectativa é que o setor, que responde por cerca de 70% do PIB, mostre desaceleração, em meio ao patamar elevado de juros e elevação do endividamento das famílias.
Está marcada para o final da tarde, às 18h, uma entrevista coletiva com o novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que segundo reportagem do Valor deve detalhar as discussões do governo eleito sobre a âncora fiscal que substituirá o teto de gastos. A expectativa é que Haddad também indique alguns nomes que irão compor a equipe econômica a partir de 2023.
Ontem, o Ibovespa iniciou a semana com o pé esquerdo diante do temor dos investidores com possibilidade do governo Lula alterar a Lei das Estatais e após rumores da nomeação de Aloizio Mercadante (PT) para comandar a Petrobras (PETR4; PETR3) ou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
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As especulações de mudança na legislação das empresas públicas foram desmentidas ontem por integrantes da equipe de transição.
Enquanto isso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deu o recado ontem que a PEC da Transição ainda não tem votos para ser aprovada na casa, e que sua apreciação deve terminar somente na quinta-feira (15).