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Ibovespa volta a subir com Magalu (MGLU3) em alta e novas turbulências na Petrobras (PETR4)

Principal indicador da B3 abre semana com avanço de 0,03%, aos 99.852 pontos, em dia de mercados fechados nos Estados Unidos

Foto: Shutterstock

Apesar de voltar a fechar no campo positivo, a Bolsa brasileira não teve força para segurar a icônica marca dos 100 mil pontos nesta segunda-feira (20), em um dia de menor liquidez nos mercados internacionais e com a Petrobras (PETR3; PETR4) de volta ao radar dos investidores.

O Ibovespa encerrou a primeira sessão da semana próximo da estabilidade, com alta de 0,03%, aos 99.852 pontos e R$ 17,16 bilhões em volume negociado, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap.

O pregão chegou a bater a máxima de 100.481 pontos com o impulso do setor bancário e a recuperação de empresas mais impactadas pela alta dos juros, mas perdeu o fôlego nos momentos finais voltou ao patamar dos cinco dígitos.

Com esse desempenho, o principal indicador da B3 registra queda de 10,33% em junho. Desde o início do ano, a desvalorização alcança 4,74%.

A alta do Ibovespa acompanha o ritmo de recuperação das principais bolsas na Europa. O alemão DAX subiu 1,06%, enquanto o britânico FTSE 100 subiu 1,5% e o Euro Stoxx 50, que reúne empresas de todo continente, fechou com alta de 0,79%.

Magalu e bancos lideram altas

Na ponta de cima, destaque para a recuperação de empresas com maior exposição aos juros brasileiros e que foram bastante impactadas nos últimos meses em meio à escalada da Selic.

As altas do Ibovespa foram puxadas pelas ações da Magazine Luiza (MGLU3), com avanço de 8,4%, e da WEG (WEGE3), que subiu 5,56%.

A alta do Magazine Luiza ocorre depois de a empresa ter acumulado, até o final da semana passada, queda de 57% em 2022. Em doze meses, o recuo é de 88%.

Já a WEG, que caiu 30% neste ano, foi destaque de um relatório da XP nesta segunda-feira. Segundo a corretora, é um bom momento para entrar no papel, já que os níveis atuais de valuation não refletem as fortes perspectivas de crescimento e spreads de retorno (a diferença entre o retorno sobre o patrimônio líquido da empresa e o custo de capital próprio).

O preço-alvo da corretora para a ação da WEG em 2022 é de R$ 45, o que representa potencial de alta de 86,7% em relação ao valor de fechamento do papel neste início de semana (R$ 24,10).

Os papéis ligados a bancos também tiveram alta neste início de semana em meio à expectativa de nova elevação nos juros brasileiros para buscar conter a inflação.

O Itau Unibanco (ITUB4), o Bradesco (BBDC4) e o Santander (SANB11) subiram 4,35%, 2,65% e 2,13%, respectivamente, enquanto a Itaúsa (ITSA4), holding do Itaú, teve avanço de 3,13%.

Na terça-feira (20), o Banco Central (BC) divulga a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que na quarta-feira da semana passada, dia 15, elevou a Selic em 0,50 p.p (ponto percentual), para 13,25% ao ano.

No comunicado da decisão, a autoridade monetária deixou a porta aberta para um novo ajuste de igual tamanho ou menor no encontro agendado para agosto.

“Os bancos são beneficiados por um cenário turbulento com inflação mais alta e Selic além do precificado anteriormente. São fatores que favorecem o setor bancário, que ganha mais com jutos mais altos”, explica Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos.

Natura puxa perdas

Na parte de baixo da lista, a Natura (NTCO3) liderou as perdas, com queda de 7,61%. GPA (PCAR3), Totvs (TOTS3) e Hapvida (HAPV3) também fecharam no negativo em 6,54%, 4,96% e 4,88%, respectivamente.

Segundo Varejão, a queda heterogênea das ações é reflexo da alta volatilidade observada na bolsa brasileira nas últimas semanas.

“O Brasil melhorou seus fundamentos, mas pegou mal [o projeto de] desoneração dos combustíveis, que pode levar à descompressão da inflação no curto prazo, mas é perverso no médio. O mercado também lê mau qualquer tipo de interferência na Petrobras”, afirma.

O dia também foi negativo para empresas ligadas ao setor de mineração e siderurgia, acompanhando o tombo do preço do minério de ferro no mercado internacional. CSN Mineração (CMIN3) foi quem mais perdeu, com tombo de 3,98%. Vale (VALE3), empresa com maior peso no Ibovespa, recuou 2,47%.

Na Bolsa de Dalian, a tonelada do minério teve uma baixa de 10,98% no último pregão. Agora, o produto é negociado a 746 iuanes, o equivalente a US$ 111,54.

Petrobras no olho do furacão

A Petrobras (PETR4; PETR3) voltou ao olho do furacão do mercado após o presidente da companhia, José Mauro Coelho, pedir exoneração. A saída de Coelho, cuja demissão já havia sido anunciada no fim de maio, ocorre em meio à forte pressão política após a estatal promover novos aumentos nos combustíveis na sexta-feira (17).

O litro da gasolina passou de R$ 3,86 para R$ 4,06, alta de 5,2%. A última mudança no preço havia sido feita em 11 de março. Já o litro do diesel foi de R$ 4,91 para R$ 5,61, majoração de 14,3%. Esta foi a primeira mudança desde 10 de maio.

O diretor executivo de exploração e produção, Fernando Borges, assumiu o comando da estatal de forma interina. O novo presidente, Caio Paes de Andrade, que já havia sido anunciado em maio ao posto, ainda não poderá assumir a cadeira principal da estatal.

Pelas regras da empresa, o ex-secretário de Paulo Guedes só pode assumir uma vaga no conselho quando o parecer do comitê interno sobre o currículo dele estiver pronto.

Na Bolsa, os papéis da estatal tiveram suas negociações suspensas na B3 durante o início do pregão. O comunicado da estatal foi enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e publicado junto da abertura da sessão.

Ao longo do dia, a estatal divulgou seis comunicados ao mercado para explicar o desenrolar dos imbróglios.

A CVM também anunciou nesta segunda a abertura de um processo administrativo para averiguar possíveis irregularidades na estatal.

Apesar do noticiário negativo, as ações ordinárias (PETR3) fecharam o dia com alta de 0,87%, enquanto as preferenciais (PETR4) valorizaram 1,14%.

Bitcoin

Depois de registrar mais uma forte queda no sábado (18), o mercado de criptoativos mostrou recuperação nesta segunda-feira e voltou ao patamar de negociação visto no fim da semana passada.

O Bitcoin (BTC), que chegou a ser vendido abaixo de US$ 18 mil no fim de semana, retornou ao patamar de resistência de US$ 20 mil.

Por volta das 17h30, o BTC tinha queda de 0,6%, a US$ 20.245, conforme dados da CoinGecko. Altcoins, como são chamados ativos além do Bitcoin, também perdiam, com queda de 1,6% para Ethereum (ETH) e 2,1% para XRP (XRP).

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