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Ibovespa sobe e volta aos 108 mil pontos, embalado por Vale e ações de varejo

Locaweb (LWSA3), Americanas (AMER3) e Lojas Americanas (LAME4) lideraram os ganhos do índice

Foto: Divulgação

A Bolsa brasileira fechou em alta o pregão desta quarta-feira, 19, embalada pela recuperação das ações de varejistas e pela apreciação dos papéis da Vale (VALE3), que têm grande peso no mercado.

O Ibovespa fechou o dia com avanço de 1,26%, aos 108.013 pontos, com R$ 22,11 bilhões em volume negociado. No ano, o índice acumula alta de 3,04%.

A trajetória foi oposta à das bolsas americanas. Em Wall Street, o S&P 500 teve baixa de 0,96%, o Dow Jones caiu 0,96% e o Nasdaq perdeu 1,15%. Já na Europa, o Euro Stoxx 50, da Europa, fechou em alta de 0,25%.

A ação da Vale deu continuidade aos ganhos da véspera, com valorização de 2,2%, impulsionada mais uma vez pela alta nos preços do minério de ferro.

O movimento positivo da mineradora mostra que o mercado deixou de lado comunicado do Ministério Público de Minas Gerais informando que 18 de suas barragens no estado terão de passar por algum tipo de intervenção depois das fortes chuvas. A Vale informou que irá analisar o documento e tomar todas as medidas cabíveis quando for notificada.

No setor, destaque ainda para Bradespar (BRAP4), com avanço de 3,61%, e para o papel de CSN (CSNA3), que subiu 2,64%.

As ações de empresas de varejo também ajudaram a impulsionar a Bolsa. Os papéis, que têm sido pressionados recentemente pelas perspectivas de alta na inflação e nos juros, se beneficiaram da queda do dólar e dos juros no pregão de hoje. A moeda americana fechou o dia em baixa de 1,7%, a R$ 5,4659.

No fechamento, lideraram as altas do Ibovespa Locaweb (LWSA3), Americanas (AMER3) e Lojas Americanas (LAME4), com ganhos de 12,65%, 9,9% e 9,41%, respectivamente. As principais baixas, por outro lado, partiram de Embraer (EMBR3), Cogna (COGN3) e Azul (AZUL4), que perderam 2,79%, 2,22% e 1,33%.

Fed e fluxo estrangeiro

No exterior, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) segue gerando preocupação sobre os mercados. A reunião do Fomc, o comitê de política monetária do banco, só acontece daqui a uma semana, mas os mercados globais já estão precificando recados duros no comunicado após o encontro, um cenário que deve se manter como pano de fundo dos negócios nos próximos dias.

O trader de renda variável da Delta Flow Investimentos, Fábio Maahs, vê consistência no movimento de alta do Ibovespa desde a semana passada, enquanto os mercados americanos oscilam negativamente.

“Enxergo uma migração muito clara de valores vindo dos EUA para o Brasil, numa realização de lucros. O fluxo de dólares que entrou no país ano passado foi o maior dos últimos anos. Desde os primeiros pregões de 2022, o investidor estrangeiro não retirou seus investimentos daqui”, afirma.

Destaques do pregão

Além das varejistas e das empresas de tecnologia, o setor de construção surfou na tendência de alta, beneficiando-se também de uma bateria de resultados operacionais do quarto trimestre que surpreenderam positivamente o mercado.

Além da tendência do setor, a valorização de 7,59% da Cyrela (CYRE3) ainda foi impulsionada pelos resultados da Cury, sua subsidiária, e pelo aumento de participação pela gestora Dynamo para 10,08%.

“A Dynamo é considerada uma casa referência para o Brasil, então o fato de ela ter uma participação de 10% na Cyrela marca um ponto importantíssimo para outras gestoras começarem a olhar para a empresa”, afirmou o sócio da SaraInvest, Marco Saravalle, à Agência TradeMap.

A ação da Cury (CURY3) subiu 6,41%, um dia depois de sua prévia operacional do quarto trimestre. A empresa registrou vendas brutas de R$ 672 milhões, alta de 50% em relação ao mesmo período de 2020, e vendas líquidas de R$ 611 milhões, crescimento de 51%.

O valor dos lançamentos no trimestre foi de R$ 788 milhões, 17% a mais do que nos últimos três meses de 2020, levando a empresa a terminar 2021 com R$ 2,8 bihões em lançamentos, valor 81% superior ao do ano anterior.

Na visão da equipe de analistas do BTG Pactual Digital, a Cury reportou fortes resultados operacionais no quarto trimestre, com lançamentos e vendas robustos, além de forte geração de fluxo de caixa.

O dia também foi de fortalecimento dos preços do petróleo, depois de ataques a cargueiros de combustíveis nos Emirados Árabes aumentarem a tensão na região. O petróleo tipo Brent fechou o dia em alta de 1,06%, a US$ 88,44.

Uma eventual invasão da Rússia, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, a Ucrânia, também tem gerado tensões, levantando a possibilidade de novas restrições de oferta.

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“Em meio a um cenário de preços elevados, vemos as produtoras independentes (3R, PetroRio e PetroRecôncavo) como os principais nomes a se beneficiarem do cenário de preços mais altos, por não terem grandes problemas com o repasse. Já a Petrobras corre o risco de não poder se dar a esse luxo, à medida que o preço do combustível em níveis elevados é algo indesejável em um ano eleitoral”, diz a Genial.

No setor, a PetroRecôncavo (RECV3) teve alta de 8,49% depois de registrar produção média de 17.138 barris de óleo equivalente por dia em dezembro. Segundo prévia operacional, a alta foi de 39,6% em relação a novembro do ano passado. Considerando o quarto trimestre inteiro, o avanço foi de 11,4% em relação ao período de julho a setembro de 2021.

Entre as petroleiras, a Petrobras (PETR4) foi exceção às altas, com queda de 0,47%.

Fora do Ibovespa, a Neogrid disparou 7,6% depois da aprovação de um programa de recompra de até 8,5 milhões de ações, o equivalente a 7,9% do total.

A Sinqia também teve forte alta, de 7,74%, um dia depois de comunicar a compra de 52% da Lote45, empresa especializada em softwares para gestão de risco, por R$ 79,5 milhões, além de uma parcela adicional condicionada à receita de 2022.

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