Ibovespa sobe com ajuda de bancos e tem Natura (NTCO3) entre as maiores altas

O Ibovespa avança nesta terça-feira (31), último dia de janeiro e véspera da “superquarta”, dia em que o mercado ficará sabendo das decisões de juros nos EUA e no Brasil. Ações ligadas ao setor bancário avançam e impulsionam o índice, em razão do maior peso.

Dentre as principais altas, a ação da Natura (NTCO3) ganhava 7,11% e estendia os ganhos da véspera. Na segunda (30), a Bloomberg informou que as marcas LVMH, a holding da Louis Vuitton, e a L’Oréal estão interessadas em comprar uma participação na marca de cosméticos de luxo Aesop, que é da Natura.

Segundo o veículo, o acordo pode avaliar os negócios da Natura em pelo menos US$ 2 bilhões. O grupo de beleza japonês Shiseido também seria um dos interessados, disseram fontes ouvidas pela Bloomberg.  Nesta manhã, a Natura afirmou em comunicado que a notícia reflete “especulações de mercado acerca do processo em curso”.

Por volta das 13h20, o principal índice da B3 avançava 0,86% e operava aos 113.239 pontos.

Ainda na ponta positiva, a ação da Hapvida (HAPV3) ganhava 8,09%. As ações da empresa estão entre as maiores altas do índice com a expectativa de aumento das operações, após dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) apontarem o crescimento da contratação de planos privados em dezembro de 2022.

Números da ANS publicados no fim da última semana mostraram que a aquisição de planos de saúde privados no Brasil fechou 2022 em 50,5 milhões de clientes, o maior número desde 2014. Somente em dezembro, foram adicionados mais de 239 mil novos usuários, acima dos 151,6 mil registrados de outubro para novembro.

Em relatório, a Genial Investimentos destacou que a Hapvida teve aumento de 102 mil clientes no mês, enquanto a concorrente SulAmérica (SULA11) registrou acréscimo de 42 mil usuários.

“O último mês do ano impulsionou as adições líquidas de operadoras, o que deve trazer bons reflexos para os resultados das companhias no quarto trimestre de 2022”, informaram os analistas da casa.

Ademais, dentre as maiores altas, Cogna (COGN3) subia 7,41% e Qualicorp (QUAL3) apontava em 6,93% para cima.

O setor de bancos também avançava e impulsionava o índice. Bradesco (BBDC4) subia 2,25%, Itaú Unibanco (ITUB4) ganhava 2,37%, Banco do Brasil (BBAS3) se valorizava 0,10% e Santander (SANB11) apontava em 2% para cima.

O setor, vale ressaltar, tem sido pressionado desde que a crise envolvendo a Americanas (AMER3) entrou no radar do mercado. Isso ocorre pois os bancos estão entre os principais credores da empresa.

Na avaliação de Lucca Almeida, assessor de renda variável da One Investimentos, a alta de ações ligadas a commodities também ajuda o Ibovespa nesta tarde. Dentre as petrolíferas, Prio (PRIO3) subia 1,86% e 3R Petroleum (RRRP3) ganhava 1,06%.

Já nos setores de mineração e siderurgia, Gerdau (GGBR4) subia 2,31%, Usiminas (USIM5) avançava 2% e CSN (CSNA3) tinha valorização de 1,48%. Para Almeida, o movimento dessas empresas acompanha a “volta econômica da China após o feriado de Ano Novo Lunar”, que fechou os mercados no país na semana passada.

Assaí lidera perdas do Ibovespa

A ação da varejista Assaí (ASAI3) operava na contramão do índice e tinha uma queda de 5,10% nesta tarde. Mais cedo, a XP cortou o preço-alvo do papel em um relatório que avalia as perspectivas para este ano no setor varejista.

Apesar de reiterar a recomendação de compra, a corretora cortou o preço-alvo para a ação ao fim de 2023 de R$ 27 para R$ 22, o que representa uma valorização de 5,9% frente ao fechamento da véspera.

Os analistas Thiago Suedt, Danniela Eiger e Gustavo Senday, que assinam o relatório, afirmam que o setor enfrenta um cenário “desafiador” em 2023, e, no caso específico do Assaí, projetam resultados “mais conservadores” ao longo do ano.

De toda forma, a recomendação de compra é reiterada pelos analistas por considerarem que o segmento de atacarejo, no qual o Assaí está inserido, é “vencedor” no setor.

Além do Assaí, o papel da JBS (JBSS3) caía 3,97%, a ação da Minerva (BEEF3) perdia 1,90% e a Raia Drogasil (RADL3) apontava em 2,18% para baixo. Os frigoríficos recuam diante de um dia negativo para o dólar, moeda à qual suas receitas estão expostas. Segundo dados da plataforma do TradeMap, o dólar futuro recuava 0,46%, a R$ 5,10.

Bolsas internacionais

Fora do Brasil, os mercados operam em sentidos mistos, com os investidores em ritmo de espera para as decisões de política monetária nos EUA na quarta e da zona do euro e do Reino Unido na quinta.

“Espera-se que o banco central dos EUA aumente as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, o que marcaria uma desaceleração em seu recente ciclo de aperto de política. Na Europa, o mercado projeta que ambas as instituições aumentem a taxa em 0,5 ponto”, avalia a XP, em relatório matinal.

Ainda nos EUA, o mercado continua a acompanhar a divulgação dos balanços do quarto trimestre de 2022 de grandes empresas do país. Nesta terça, os investidores observam a divulgação da General Motors, Exxon Mobil e do Spotify.