Ibovespa opera instável em semana de Fed e Copom; CVC (CVCB3) e Natura (NTCO3) são os destaques

Empresa de turismo lidera as perdas após desistir de comprar startup, enquanto a Natura sobe com boatos de venda da Aesop

Foto: Shutterstock/rafapress

O Ibovespa inicia a semana entre altas e baixas, em compasso de espera para as decisões de políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos.

Por volta de 13h15, a Bolsa brasileira tinha leve baixa de 0,09% e operava aos 112.216 pontos.

Dentre as baixas, destaque para a CVC (CVCB3), que recuava 8,95% e lidera as perdas do principal índice da B3. Na última sexta-feira (27), a companhia de turismo informou ao mercado que desistiu de comprar a Ōner Travel, quatro meses depois de anunciar a intenção de aquisição. Em comunicado, a empresa disse as partes decidiram, de comum acordo, encerrar as respectivas negociações.

Além da CVC, a Raízen (RAIZ4) estendia as perdas recentes e recuava 4,97%. Na sequência, Cielo (CIEL3) caía 4,240% e a CSN (CSNA3) perdia 2.50% A companhia de maquininhas divulgou na última quinta (26) seu balanço do quarto trimestre de 2022.

Apesar do crescimento de 63% no lucro líquido, quando comparado ao mesmo período em 2021, a Cielo registrou uma queda de 12,45% na base ativa de clientes. Na sexta, o papel encerrou o pregão em baixa de 1,13%.

O petróleo, que opera em queda nesta segunda, também contribui para essa baixa do Ibovespa. No mercado futuro da ICE, os contratos futuros do barril tipo Brent para abril caíam 0,80%, a US$ 85,96, com os mercados à espera do encontro da Opep+.

Como consequência, as petrolíferas Prio (PRIO3) e 3R Petroleum recuam 1,01% e 1,59%, respectivamente.

“Os preços do petróleo estão tendo um pequeno cabo de guerra em torno do nível de US$ 80 o barril até sabermos mais sobre o momento de reabertura da China, o que o Fed fará com a economia e o que a Opep + decidirá com a produção”, diz Ed Moya, analista sênior de mercado da Oanda, em nota recente.

Natura lidera altas do Ibovespa

Na ponta positiva, a ação da Natura (NTCO3) ganhava 7,88% e lidera os ganhos. Para Rafael Schmidt, operador de renda variável da One Investimentos, um novo boato envolvendo a venda de uma subsidiária da empresa animou o mercado.

De acordo com informações da Bloomberg, as marcas LVMH, a holding da Louis Vuitton, e a L’Oréal estão interessadas em comprar uma participação na marca de cosméticos de luxo Aesop, que é da Natura.

Segundo o veículo, o acordo pode avaliar os negócios da Natura em pelo menos US$ 2 bilhões. O grupo de beleza japonês Shiseido também seria um dos interessados, disseram fontes ouvidas pela Bloomberg. A ação da Natura, vale destacar, chegou a disparar mais de 12% mais cedo.

Ainda dentre as principais altas, Arezzo (ARZZ3) ganhava 5,18%, Alpargatas (ALPA4) subia 2,77% e Grupo Soma (SOMA3) avançava 3,33%.

As empresas ligadas ao minério de ferro também avançavam nesta tarde, com destaque para a Vale (VALE3), que subia 0,15% e a CSN (CSNA3), que apontava em 1% para cima.

Na volta do feriado prolongado de Ano Novo Lunar na China, que manteve os mercados fechados na semana passada, o rali visto no minério de ferro neste início de ano continua, diante das expectativas em relação à demanda no país asiático.

Em Dalian, o contrato de minério de ferro com vencimento em maio subiu 2%, negociado a US$ 129,40 a tonelada. No entanto, durante as negociações, a cotação chegou a superar a barreira dos US$ 130 por tonelada, maior valor visto nesse começo de 2023. Desde o começo do ano, a tonelada da commodity acumula alta de 10,6%.

O principal suporte a esse rali é o fato de a China ter feito um relaxamento à circulação de pessoas no país, depois da política de zero Covid predominar por quase três anos.

Cenário internacional

Os mercados globais operam mistos nesta segunda, com os investidores à espera da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na próxima quarta-feira (1).

O mercado projeta que o Fed reduza o ritmo de aumento dos juros e eleve a taxa básica em 0,25 ponto, ao intervalo entre 4,50% e 4,75% ao ano.

Somado a isso, a XP destacou, em relatório matinal, que o mercado aguarda mais balanços do quarto trimestre das big techs amercianas. Nesta semana saberemos os resultados de Apple, Meta, Amazon e Alphabet.

“Até o momento, a temporada segue em tom positivo, das 147 empresas do S&P 500, que reportaram seus balanços, 68% superaram as estimativas de lucro”, comentou a corretora.

Além das reuniões de política monetária nos EUA, a semana ainda terá os encontros de juros do Banco Central Europeu, na quinta-feira (2), que deve subir a taxa da zona do Euro em 0,50 ponto, e do Banco da Inglaterra.

Arte de bolsas no exterior

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