Ibovespa futuro cai 2,7% após eleição, enquanto Petrobras (PETR4) despenca no pré-mercado dos EUA

A reação inicial dos investidores à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais é negativa, a julgar pelo movimento dos contratos futuros do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, e dos papéis de empresas brasileiras negociados nos Estados Unidos.

Por volta das 9h20, no mercado futuro, o Ibovespa perdia 2,7%, a 113.878 pontos.

No pré-mercado americano, o ADR da Vale perdia 1,8%, enquanto o da Petrobras recuava 5,9% e o do Itaú Unibanco tinha queda de 1,6%. Os ADRs são papéis negociados nos Estados Unidos, mas que representam ações de empresas de outros países.

Já o principal ETF de ações brasileiras negociadas na Bolsa de Valores de Nova York, o MSCI Brazil Capped ETF (EWZ), recuava 2,6% no pré-mercado.

Na madrugada desta segunda-feira (31). o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT, foi eleito presidente do Brasil com 50,90% dos votos válidos na eleição. O segundo colocado, Jair Bolsonaro (PL), chegou a 49,10%.

Na visão do sócio fundador da GT Capital, Marcus Labarthe, a vitória de Lula traz uma “preocupação ao mercado”, considerando que até o momento o partido vencedor não repassou nenhuma informação sobre quem serão os ministros que ocuparão a equipe econômica.

Após a eleição mais dividida da história do país, Lula encontrará um Congresso composto por maioria de centro-direita e terá que formar alianças para compor uma base aliada. Ontem, Lula buscou fazer um discurso de vitória pacificador, enfatizando o diálogo com todos.

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Na opinião de Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, a eleição deve ditar o ritmo do Ibovespa nesta segunda.

“O mercado precifica uma agenda fiscal expansionista impulsionando as taxas de juros locais, que junto da queda das commodities e da piora na percepção sobre a lucratividade das empresas estatais, devem resultar em queda do Ibovespa”, comenta, em comunicado ao mercado.

Contudo, nem todo o mercado encara o momento com tanto pessimismo. André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos, acredita que a política econômica deve mudar no campo federal, mas no estadual deve seguir igual.

“Temos alguns governadores mais pró-mercado, um exemplo claro é o Tarcísio de Freitas, eleito em São Paulo, que já se mostrou favorável à privatização da Sabesp. Isso pode refletir de forma positiva nos papéis da companhia”, afirma.