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Ibovespa fecha em leve queda, pressionado por operadoras de saúde

Índice registrou recuo de 0,22%, aos 111.669 pontos.

Foto: Divulgação

Após passar o dia rondando a estabilidade, oscilando entre o terreno positivo e negativo, o Ibovespa fechou o pregão desta segunda-feira (7) em leve queda, limitada por ações de mineradoras e pelo fluxo estrangeiro, enquanto as operadoras de saúde foram as maiores responsáveis por pressionar o índice.

O Ibovespa fechou a sessão em baixa de 0,22%, aos 111.669 pontos, com R$ 19,93 bilhões em volume negociado. Em fevereiro, o índice acumula alta de 0,08%, enquanto o saldo do ano até aqui é de avanço de 6,84%.

As principais responsáveis por derrubar o índice foram as operadoras de saúde, depois do anúncio feito em conjunto por Hapvida (HAPV3) e NotreDame (GNDI3), sinalizando que a combinação das operações das empresas deve gerar R$ 1,38 bilhão em sinergias até 2025, o que decepcionou o mercado.

A previsão da XP Investimentos foi a que ficou mais perto da divulgada. Os analistas da corretora projetavam sinergias de R$ 1,372 bilhão em 2025. Nesse cenário, a estimativa era de R$ 23,5 bilhões em ganhos ao longo de um período de dez anos.

Outras instituições financeiras, porém, esperavam números mais ambiciosos. O BTG Pactual, por exemplo, esperava R$ 28 bilhões em sinergias no longo prazo, e o Itaú BBA, R$ 26 bilhões.

Para o sócio da 051 Capital, Flávio Aragão, o mercado tem recebido fatos relevantes e divulgações com muita cautela. “Quando você divulga um resultado em linha com as expectativas, o mercado já ‘bate’. No caso da Hapvida e Intermédica, como veio bem abaixo, elas sofrem mais do que o esperado”.

As ações da NotreDame lideraram as perdas do Ibovespa, com queda de 4,68%, enquanto as da Hapvida ficaram em segundo lugar, recuando 4,67%.

Na outra ponta, as mineradoras e siderúrgicas se beneficiaram da alta do minério de ferro, com a reabertura das Bolsas chinesas pós-feriado de Ano Novo Lunar, e ajudaram a limitar as perdas da Bolsa. A peso-pesado Vale (VALE3) fechou em alta de 2,44%. Entre as siderúrgicas, destaque para Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), que subiram 3,25% e 3,45%, respectivamente.

O petróleo, por sua vez, fechou em queda de 0,62%, a US$ 92,69 o barril, apesar da intensificação militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia, fazendo com que a Petrobras (PETR4) tivesse queda de 1,47%.

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) informou, nesta segunda, que a defasagem dos preços praticados pela petroleira no mercado interno já atinge 12%, considerando a alta do câmbio e os preços de referência dos combustíveis no mercado internacional.

Balanços, Copom e IPCA no radar

A temporada de balanços do quarto trimestre de 2021 também segue influenciando os mercados, que esperam também a ata do Copom, que será divulgada na terça-feira (8), e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, previsto para quarta-feira (9).

Nesta segunda, analistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central no Boletim Focus voltaram a revisar para cima as expectativas para o IPCA de 2022. Agora, a projeção da mediana dos especialistas é de uma inflação de 5,44% em dezembro, ante 5,38% na semana anterior.

Os analistas ainda revisaram para baixo as apostas no Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem. Agora, a expectativa é que a atividade econômica cresça 1,53%, ante previsão anterior de 1,55%.  Para este ano, a aposta continua sendo de uma alta de 0,3% no PIB.

Em Brasília, o mercado segue acompanhando a PEC dos Combustíveis. Duas propostas foram apresentadas na semana passada, uma na Câmara e outra no Senado. A primeira autoriza a União e os estados a desonerarem tributos sobre os combustíveis, enquanto a segunda traz medidas mais amplas, podendo ter impacto fiscal de R$ 100 bilhões.

Destaques do pregão

Depois de NotreDame e Hapvida, a terceira maior queda do Ibovespa foi de Via (VIIA3), que recuou 3,79%. Na ponta oposta, as maiores altas foram de BB Seguridade (BBSE3), JBS (JBSS3) e Yduqs (YDUQ3), com ganhos de 5,74%, 4,91% e 4,26%, respectivamente.

Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Oi (OIBR3) também tiveram quedas significativas, de 1,05%, 1,23% e 10,38%, depois do posicionamento do Ministério Público Federal (MPF) no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contrário à venda de ativos de telefonia móvel da Oi (OIBR3) para a Tim (TIMS3), a Claro e a Vivo (VIVT3). Segundo parecer apresentado pelo procurador Waldir Alves, as três empresas compradoras também devem ser investigadas por terem impedido outras companhias de participarem da operação.

A venda dos ativos da Oi para as três empresas de telefonia deve ser analisada pelo tribunal do Cade na quarta-feira, e a operação pode ser aprovada mesmo com a manifestação contrária vinda do MPF.

A alta da BB Seguridade veio depois de a empresa reportar lucro líquido ajustado de R$ 1,2 bilhão no quarto trimestre, alta de 33,8% em relação ao mesmo período de 2020 e de 25,7% na comparação com o terceiro trimestre. Segundo a companhia, foi o maior resultado trimestral desde sua estreia na bolsa, em junho de 2013.

A Gol (GOLL4) destoou do setor aéreo e de turismo e fechou em alta de 0,88%, depois de confirmar um acordo de codeshare exclusivo com a American Airlines. A transação, na visão da equipe de analistas da XP Investimentos, é positiva do ponto de vista comercial e estratégico, principalmente por ampliar o alcance internacional da Gol e ajudar a diminuir o índice de endividamento da empresa.

O dia também foi misto no exterior. Em Nova York, O Dow Jones ficou estável, enquanto o S&P 500 teve baixa de 0,33% e o Nasdaq recuou 0,58%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 registrou ganhos de 0,83%.

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