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Ibovespa devolve ganhos do início do pregão e cai pressionado por Usiminas (USIM5) e outras mineradoras

Ibovespa ensaiou uma recuperação nesta terça-feira (10), mas acabou perdendo os ganhos da manhã no início da tarde.

Foto: Shutterstock

Após três sessões em baixa, o Ibovespa ensaiou uma recuperação nesta terça-feira (10), mas acabou perdendo os ganhos da manhã no início da tarde.

Se, por um lado, o índice era impulsionado principalmente por empresas que caíram de forma expressiva nos últimos pregões e pelo setor varejista, por outro, era pressionado pelas empresas ligadas à mineração e à siderurgia.

Às 13h10, o principal índice da Bolsa tinha uma queda de 0,44%, operando aos 102.799 pontos. Na ponta negativa, o setor de mineração e siderurgia caía em bloco, com Usiminas (USIM5) sendo a maior queda, com um recuo de 9,29% no mesmo horário. Na sequência vinham Gerdau (GOAU4), perdendo 5,79%, e CSN (CSNA3) desvalorizando 6,66%. A Vale (VALE3), que tem o maior peso no Ibovespa, caía 1,90%.

Essas empresas reverberam a desaceleração na China causada pelos recentes lockdowns no país para combater surtos de Covid-19 em algumas regiões. Segundo dados divulgados pelo país na segunda, houve uma desaceleração na alta das exportações em abril por lá.

As exportações em dólares cresceram 3,9% em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas perderam fôlego em relação ao crescimento de 14,7% registrado em março — sendo o ritmo mais lento desde junho de 2020.

“Os números fracos mostram que o setor comercial da China, que responde por cerca de um terço do PIB chinês, está perdendo força à medida que os bloqueios em todo o país travaram as cadeias de suprimentos, aumentando os riscos de uma desaceleração mais profunda”, destacou a XP Investimentos, em morning call desta terça.

O preço do minério de ferro também cai nesta terça. Depois de recuar 5,78% na segunda, o preço da commodity na Bolsa de Dalian perde mais 4,12% na terça, sendo negociado a 779,00 iuanes, o equivalente a US$ 116.

Além da questão da China, o governo brasileiro está preparando uma medida para zerar impostos de importação de alguns produtos, incluindo o aço, segundo apurou o Estadão. “O corte deve ser anunciado na próxima quinta-feira e inclui produtos da cesta básica e da construção civil,” diz a reportagem.

Altas do pregão

Dentre as subidas, a BRF (BRFS3) crescia 3% e recuperava parte das perdas recentes. Desde abril, por exemplo, o frigorífico viu seus papéis desvalorizarem 45,90%. Além dela, as maiores subidas contavam com Alpargatas (ALPA4), crescendo 4,39%; Assaí (ASAI3), ganhando 2,65%; e BTG Pactual (BPAC11), que apontava em 2,95% para cima.

Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, tanto Assaí quanto o BTG se beneficiam de seus balanços financeiros do primeiro trimestre do ano. No caso da rede varejista, o lucro caiu 10,8% no comparativo anual, chegando a R$ 214 milhões no período. Contudo, a receita avançou 21,1% na mesma base, chegando aos R$ 11,4 bilhões, um recorde para a companhia.

“O resultado de Assaí nem foi tão positivo assim, mas como veio um pouco maior que o esperado pelo mercado, e as ações performam bem”, avaliou Cruz.

O BTG sobe pelo segundo dia consecutivo após divulgar seu balanço relativo ao primeiro trimestre de 2022 na manhã de segunda, e apresentar o maior lucro trimestral de sua história. A instituição apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 2,1 bilhões, alta de 72% em relação ao mesmo período anterior 

Em nota, o CEO do banco, Roberto Sallouti, destacou que o período serviu para mostrar uma “forte performance independentemente do cenário macro, mesmo em um ambiente desafiador”.  A receita total do BTG subiu 55,6% na mesma base comparativa, e atingiu R$ 4,35 bilhões.

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Já no caso da Alpargatas e de outras empresas de varejo que sobem no pregão, como Natura (NTCO3), que valorizava 5,41%, e Pão de Açúcar (PCAR3), crescendo 2,66%, Cruz, da RB Investimentos, vê uma retração nos juros futuros impulsionando a performance no dia. Para ele, essa queda acontece após a divulgação das vendas no varejo em abril, feita pelo IBGE nesta terça.

O volume de vendas subiu 1,0% em março frente ao mês anterior, acima do que o mercado esperava.  Já o varejo ampliado cresceu 0,7%, também acima das expectativas. Com isso, o setor cresceu 1,1% em 2022 e registra alta de 4,4% em relação aos últimos 12 meses. 

Enquanto isso, segundo dados da plataforma do TradeMap, os juros com vencimento em 2022 cediam 1 ponto-base, enquanto os títulos para 2025 e 2028 recuavam 7 e 9 pontos-base, respectivamente.

Bolsas internacionais

Os principais índices acionários do exterior operam sem uma direção definida nesta terça. Enquanto na Europa os índices sobem, nos Estados Unidos caem, mesmo após abrirem seus pregões em alta.

Nesta terça, os investidores nos EUA monitoram pronunciamentos de alguns membros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), buscando mais pistas sobre o futuro da política monetária por lá. Enquanto isso, em Wall Street, as bolsas caíam em bloco. 

Dow Jones perdia 0,65%, enquanto o S&P 500 recuava 0,36% e o índice Nasdaq Composto operava próximo da estabilidade.

 Na Europa, o ministro francês para Assuntos Europeus, Clement Beaune, anunciou que os membros da União Europeia podem chegar a um acordo nesta semana sobre a proposta de embargo do petróleo russo. 

Por lá, as bolsas subiam em bloco, num movimento descolado do mercado brasileiro e americano. Enquanto o FTSE 100 valorizava 0,37% e o DAX crescia 1,15%, o índice Euro Stox 50, que reúne empresas de todo o continente, apontava em 0,68% para cima.

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