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Ibovespa descola do exterior e sobe; varejo e construtoras reagem bem a declaração de presidente do BC

Mercado passou a cogitar fim antecipado de alta nos juros, o que beneficiou setores mais suscetíveis a mudanças no custo de capital

O Ibovespa opera em leve alta nesta sexta-feira (21), avançando 0,18%, a 109.303 pontos, puxado pelo avanço nas ações dos segmentos de varejo e do ramo imobiliário, que reagem a declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Durante evento promovido pelo Santander, ele disse que “a curva de juros do Brasil mostra o ciclo chegando a um fim e ficando plana”, e o comentário foi compreendido como um sinal de que o ciclo de alta na taxa básica de juros, a Selic, pode estar perto de ser encerrado.

O analista da Guide Investimentos, Rodrigo Crespi, apontou que Campos Neto amenizou o tom em sua fala mais recente, visto que em ocasiões anteriores falou em tom mais austero a respeito dos juros para ancorar as expectativas de inflação.

Com a fala do presidente do Banco Central, “os juros tendem a recuar e isso beneficia as empresas de crescimento, sendo boa parte do varejo. Quanto mais baixos esses juros, menor o custo de capital”, disse Crespi.

Por volta das 13h25 (de Brasília), o avanço mais intenso do dia entre as ações que integram o Ibovespa é o dos papéis da Via Varejo (VIIA3), que sobem 5,94%. Na sequência, Magazine  Luiza (MGLU3) tinha alta de 4,36%. No ramo das construtoras, JHSF (JHSF3) era a mais destacada, crescendo 4,45%.

Além disso, o analista acredita que o crédito fica mais barato, causando menos impeditivos para o consumidor, que sofre com a desaceleração econômica recente. As demais companhias do varejo também performavam bem no Ibovespa:

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

As Lojas Renner (LREN3) também subiam, mas num ritmo menos intenso que o das demais empresas varejistas, mesmo depois de anunciar um programa de recompra de ações. Crespi aponta que, apesar disso, a notícia é positiva para o acionista, dada a situação financeira e a posição de caixa da empresa. “Acho que faz sentido essa movimentação, podendo ter uma repercussão ao longo da semana que vem”, comenta.

Ele ainda espera que os resultados a serem divulgados sobre o quarto trimestre das Lojas Renner sejam marginalmente positivos, pois os dados macroeconômicos do período não foram tão animadores.

Crespi apontou também que o Ibovespa tem sido beneficiado por um movimento de migração de investimentos, com mais recursos sendo direcionados a países emergentes e produtores de commodities. Para o analista da Guide, no caso do Brasil as empresas deste setor se beneficiam com essa movimentação.

Bolsa brasileira descolando do mundo

No exterior, as bolsas operam sem direção única, refletindo a cautela dos investidores antes do anúncio da decisão do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, na próxima quarta-feira. O banco central americano já sinalizou que aumentará os juros e que pode adotar outras medidas para reduzir o ritmo de alta nos preços.

Em Wall Street, Dow Jones subia 0,31%, enquanto o S&P 500 operava com alta de 0,04%. Quem sofre mais é a Nasdaq Composto, que apresenta queda de 0,07%. Para Rodrigo Crespi, os dois primeiros índices tem desempenho mais forte pois as empresas que os compõe são menos sensíveis a políticas contracionistas. Nasdaq sofre mais por conter essas companhias, principalmente as de tecnologia.

Dando sequência na temporada de balanços e puxando os índices norte-americanos para baixo, a Netflix divulgou resultados que reforçaram o pessimismo com o setor de tecnologia. A companhia reportou receita acima do esperado no quarto trimestre, mas queda no número de assinantes. Além disso, também declarou que no primeiro trimestre deste ano espera adicionar 2,5 milhões de assinantes, uma queda em comparação com os 4 milhões adicionados no primeiro trimestre de 2021.

Na Europa, o índice Euro Stoxx 50, que reúne diversas empresas do continente caía 1,80%. O DAX, da Alemanha recuava 2,19% enquanto o FTSE 100, de Londres tinha queda de 1,27%.

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