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Ibovespa cai em pregão volátil, alta da Petrobras (PETR4) limita a queda do índice

Índice tem queda de 0,22%, aos 103.691 pontos

Foto: Reprodução Facebook

Em pregão volátil, repleto de altas e baixas, o Ibovespa tinha queda de 0,22% por volta das 13h15, operando aos 103.691 pontos. A queda, no entanto, é limitada pelo avanço das ações da Petrobras, que sobem com dados positivos de produção.

No exterior, o S&P 500 tinha baixa de 0,16%, o Dow Jones subia 0,7% e o Nasdaq registrava recuo de 1,73%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 subia 0,67%, o FTSE 100, de Londres, ganhava 1,61%, e o DAX, da Alemanha, tinha alta de 0,66%.

Por lá, segue a preocupação em torno do aumento da disseminação da Covid-19. Nas últimas 24 horas, o mundo registrou um recorde de 2,4 milhões de novos casos, com destaque para os Estados Unidos, onde o número de novas infecções em um único dia atingiu 1 milhão pela primeira vez desde o início da pandemia. O número de mortes, no entanto, segue em queda.

No Brasil, o estado de saúde do presidente Bolsonaro preocupa menos, depois de sua equipe médica ter descartado a necessidade de cirurgia e apontado uma recuperação satisfatória. Por outro lado, crescem os temores em torno do cenário fiscal, com diversas categorias do funcionalismo público, como os auditores fiscais, reagindo ao reajuste de R$ 1,7 bilhão aos policiais federais.

As mobilizações de servidores podem inclusive atrapalhar o comércio exterior. A Receita Federal já adotou operação-padrão em aeroportos e outras alfândegas – na prática, aumentando o rigor e o tempo de fiscalização de cargas – como forma de pressão sobre o governo. Além disso, na segunda-feira, o Sinal (sindicato dos funcionários do Banco Central) também convocou a categoria a entregar cargos comissionados como forma de pressionar o governo.

O temor é que, se o governo abrir exceções aqui e ali, acabe tendo que conceder reajustes a todo o funcionalismo, comprometendo ainda mais as contas públicas daqui para a frente. Assim, crescem os temores de que o descontrole fiscal se intensifique em 2022, após o governo Bolsonaro alterar, no final do ano passado, a regra do teto de gastos para acomodar mais despesas em ano eleitoral.

De acordo com um cálculo do diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente do Senado), Felipe Salto, se o governo ceder às pressões dos servidores públicos e conceder um reajuste de 5% nos salários, serão criados até R$ 20 bilhões a mais em gastos permanentes por ano.

Declarações feitas pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, de que o governo deveria rever o teto de gastos, também vêm repercutindo no mercado. “Teremos que rediscutir esse assunto porque o excesso de arrecadação é muito grande e a necessidade do governo é muito grande também”, disse ele ao Valor.

“Isso pressionaria ainda mais o cenário fiscal já bastante fragilizado, e não à toa vemos os principais papéis voltados para a economia doméstica sendo bastante pressionados”, aponta Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.

Destaques do pregão

As maiores baixas do Ibovespa eram de Locaweb (LWSA3), Banco Inter (BIDI11) e Natura (NTCO3), que perdiam 7,06%, 6,47% e 5,56%, respectivamente. Na ponta oposta, Marfrig (MRFG3), Itaú (ITUB4) e Klabin (KLBN11) lideravam as altas, com ganhos de 2,92%, 2,65% e 2,55%.

Entre as baixas, Crespi destaca que as empresas de crescimento caem acompanhando a abertura da curva de juros.

O papel da Eneva (ENEV3) tinha queda de 2,68%, a R$ 13,08, mesmo após a aprovação de alguns elementos da operação de incorporação da Focus (POWE3).

A compra da Focus é considerada positiva para a Eneva, porque ajuda a companhia a expandir suas operações de venda de energia. No final do ano passado, quando os termos do negócio foram divulgados, o BTG Pactual Digital disse que o acordo era “um primeiro passo para a Eneva rumo às energias renováveis. A combinação de negócios fornecerá a liquidez que a Focus precisa para desenvolver totalmente seu portfólio de projetos solares”.

As ações de petrolíferas subiam depois de a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informar que a produção brasileira de petróleo e gás natural totalizou 3,711 milhões de barris de óleo equivalente por dia em novembro, 2,8% a mais do que em outubro. O aumento da produção foi puxado pela Petrobras, que é responsável por 73% da produção total do país.

Mundialmente, os preços do petróleo operam em forte alta depois de a Opep+ ter decidido manter o aumento de produção planejado para fevereiro, de 400 mil barris por dia. O petróleo Brent subia 0,97%, a US$ 79,75, enquanto o WTI tinha alta de 0,91%, a US$ 76,77.

Petrobras (PETR4) tinha alta de 0,38%, a R$ 29,20, PetroRio (PRIO3) subia 0,84%, a R$ 20,46, enquanto 3R Petroleum (RRRP3) avançava 2,14%, a R$ 34,88.

Entre as mineradoras, a CSN Mineração dá continuidade ao rali do pregão anterior e opera em alta de 1,7%, a R$ 7,17, depois de a equipe de analistas da Genial Investimentos afirmar que enxerga um potencial de valorização de 27,66% nos papéis da companhia até o final de 2022, apostando na expansão da capacidade produtiva da empresa e no aumento da qualidade do seu minério por meio de processos de beneficiamento.

Outro destaque positivo é o Itaú, que subia um dia depois de anunciar um novo investimento na Guaimbê Holding, subsidiária da AES Brasil que atua em energias eólica e solar. Com novo aporte de R$ 360 milhões, o banco passou a ter uma participação de 23,72% na empresa.

Na visão de Crespi, a operação transmite uma mensagem de preocupação com medidas ESG por parte do Itaú, o que é visto com bons olhos pelo mercado.

A ação da AES (AESB3), por sua vez, tinha alta de 1,19%, a R$ 11,03.

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