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Ibovespa cai abaixo de 100 mil pontos e dólar sobe por receio crescente com recessão econômica

Ontem, bolsas americanas tombaram com receio de que alta nos juros dos EUA contratará uma recessão

Gustavo Nicoletta

Gustavo Nicoletta

Foto: Shutterstock

O Ibovespa caiu e opera abaixo de 100 mil pontos pela primeira vez desde novembro do ano passado, enquanto o dólar avança, em meio a receios crescentes de que a onda de altas de juros nos mercados mundiais resultará em recessão econômica.

Desde que o banco central dos Estados Unidos começou a aumentar os juros, em março deste ano, os especialistas vinham apontando a possibilidade de a economia do país encolher. De lá para cá, a alta nos juros americanos aumentou de intensidade, elevando também os receios dos investidores.

“Uma recessão nos Estados Unidos desacelera o mundo também”, aponta o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Além dos Estados Unidos, outras economias desenvolvidas também ficaram mais agressivas na briga contra a inflação. Ontem, tanto o banco central da Inglaterra quanto o da Suíça indicaram que estão dispostos a aumentar os juros com mais força para conter a alta nos preços ao consumidor, o que pode colocar um freio no crescimento também nestas regiões.

No Brasil, onde o ciclo de alta de juros está mais avançado, especialistas preveem desaceleração do crescimento nos próximos trimestres. Na última quarta-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) elevou a taxa básica, a Selic, a 13,25% e sinalizou mais uma alta em agosto.

O mercado reage a este cenário de forma negativa. Por volta das 11h50, o Ibovespa, principal índice da B3, caía 4,02%, a 98.665 pontos. O índice estava recuando menos logo após a abertura do pregão, mas acelerou o ritmo de queda após a Petrobras anunciar um aumento nos preços dos combustíveis – o que pode atrasar a desaceleração da inflação e adiar o fim do ciclo de alta nos juros no Brasil.

No mercado futuro, o dólar comercial subia 1,52%, para R$ 5,1550, enquanto as taxas de juros operavam perto da estabilidade, visto que a possibilidade de recessão nas grandes economias pode acabar desacelerando a inflação, segundo Laatus. A taxa para julho deste ano subia apenas 1 ponto-base, para 13,15%, enquanto a taxa para junho de 2023 tinha alta de 4 pontos-base, a 13,66%.

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Mais alta na Selic em agosto

Por aqui, o Copom confirmou a alta de 0,50 ponto na taxa Selic, como era esperado, e sinalizou que, em meio às pressões inflacionárias e riscos fiscais cada vez maiores, elevará de novo os juros na reunião de agosto.

“Nossa leitura é de que o BC elevará a Selic para 13,75% ao ano. em sua reunião de agosto, encerrando assim o ciclo de ajuste de política monetária”, apontou o Itaú Unibanco em relatório.

Para o banco, a ata da reunião, que será divulgada na próxima terça-feira (21), deverá reforçar que o colegiado se compromete com a meta de inflação para 2023.

“Apesar do estágio já avançado do ciclo de aperto monetário, acreditamos que o contexto de inflação elevada, persistente e disseminada, com uma nova rodada de piora das expectativas, levará o Copom a sinalizar ajuste moderado para a reunião seguinte, em agosto, mas mantendo a postura de cautela em sua atuação.”

Na avaliação do Bank of America, a decisão do Copom indica um novo aumento de juros final de 0,5 ponto percentual em agosto. “Vemos a Selic terminal de 2022 em 13,75% ao ano, e em 10,50% no final de 2023”, avaliou o banco.

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