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Ibovespa cai 0,74% com exterior e incertezas sobre Petrobras (PETR4); índice tomba 7,49% em fevereiro

Ruídos sobre dividendos e corte nos preços de combustíveis derrubam ações da estatal

Foto: Shutterstock/whiteMocca

O Ibovespa encerrou a última sessão de fevereiro em baixa de 0,74%, aos 104.932 pontos, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap. O volume negociado foi de R$ 24,64 bilhões.

O cenário repete o visto na véspera, quando foi influenciado pelas dúvidas do mercado sobre o futuro da política de preços da Petrobras (PETR4; PETR3) depois de o Ministério da Fazenda confirmar a volta de tributos federais sobre combustíveis a partir desta quarta-feira (1). 

Além disso, a falta de direção das principais Bolsas globais, que fecharam em queda com o temor de alta dos juros americanos, também contribuiu para o dia negativo na Bolsa brasileira.

Diante disso, o Ibovespa registra queda de 0,81% na semana, enquanto em fevereiro o principal índice da B3 perdeu 7,49%. Com isso, o saldo de 2023 está em queda de 4,37%. 

Incertezas derrubam Petrobras 

A ação preferencial da Petrobras, que iniciou a sessão em alta, virou depois da notícia sobre redução da gasolina e do diesel e de rumores sobre o pagamento de dividendos.

“No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a empresa distribuiu praticamente todo seu lucro e no governo de Lula a ideia é que a distribuição siga as regras de mercado, com uma parcela importante sendo repassada para o lado social e transição energética”, afirma Segundo Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital.

Mais cedo, a estatal comunicou a redução dos preços da gasolina e do diesel a partir de amanhã. Segundo a companhia, o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras diminuirá em 3,9%, passando de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro. Para o diesel, o preço médio será reduzido em 2%, passando de R$ 4,10 para R$ 4,02 por litro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a volta dos tributos sobre os combustíveis impactará no aumento de R$ 0,47 por litro na gasolina e R$ 0,02 no etanol.

Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis), a Petrobras estava vendendo gasolina no Brasil a um preço 6% maior que o praticado no mercado externo. No caso do diesel, o preço no mercado doméstico estava praticamente equivalente ao internacional.

Com todo este cenário, as ações preferenciais caíram 3,48%, enquanto as ordinárias recuaram 4,39%. 

Pão de Açúcar decepciona e tomba

A queda da sessão teve destaque do Pão de Açúcar (GPAC4), com tombo de 7,17%. O desempenho reflete a decepção com os dados do conglomerado varejista no quarto trimestre de 2022, período que o grupo registrou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão, revertendo o lucro líquido de R$ 777 milhões visto no período equivalente em 2021. 

De acordo com o grupo, boa parte das perdas foi motivada por “elementos excepcionais” relacionados a impostos e gastos com reestruturação de lojas que tiveram um efeito negativo total de R$ 956 milhões no resultado.

O mercado esperava um resultado líquido positivo no trimestre. A XP previa lucro de R$ 188 milhões, enquanto a Genial projetava lucro ainda maior, de R$ 315 milhões. Mesmo sem as despesas extraordinárias reportadas pelo GPA, os resultados não corresponderiam às expectativas dos analistas.

Em análise, o analista CNPI da Agência TradeMap, Sérgio Castro, destacou que, embora o GPA tenha apostado em lojas do segmento de proximidade e tenha enxugado seu portfólio, o cenário de juros e inflação altos prejudicam o poder de compra da população, o que leva “a uma migração para lojas de atacarejo, como as do Assaí e Atacadão, do Carrefour”.

Altas do dia

O grupo das altas foi puxado pela Embraer (EMBR3), com valorização de 3,17%. Por acreditar que o mercado não esteja precificando adequadamente as expectativas de crescimento da empresa, a XP atualizou as estimativas para a companhia, reiterando a recomendação de compra, mas introduzindo um preço-alvo de R$ 22,50 para o fim de 2023.

Para a corretora, embora o preço-alvo já implique um upside (potencial de valorização) de 35,6% em relação ao fechamento desta sessão, há opcionalidades como a Eve e uma eventual conclusão bem-sucedida no processo de arbitragem contra a Boeing, que podem acrescentar R$ 9,50 ao preço da ação, levando a um preço-alvo de R$ 32, o que corresponde a uma alta de 99%.

Ainda na parte de cima, destaque para a valorização da Suzano (SUZB3), com alta de 3,02%, enquanto Dexco (DXCO3) e Klanbin (KLBN3) ganharam 2,68% e 2,37%, nesta ordem. A primeira, inclusive, solta os resultados do quarto trimestre após o fechamento do pregão.

Bolsas globais e criptos

As principais Bolsas globais fecharam sem direção definida diante do temor de aumento dos juros americanos ainda rondando a cabeça dos investidores.

Em Wall Street, o Dow Jones caiu 0,71%, enquanto o S&P 500 perdeu 0,30% e a Nasdaq recuou 0,10%.

Na Europa, os mercados europeus devolveram os ganhos da véspera e aguardam mais dados de inflação que serão divulgados nesta quinta-feira (2). Esses indicadores podem também dar pistas adicionais sobre a trajetória de juros na zona do euro. Com isso, o Euro Stoxx 50 teve recuo de 0,13%. 

Em meio esse clima misto, o Bitcoin (BTC) operava próximo da estabilidade. Por volta de 17h20, a cripto caia 0,28% em comparação as últimas 24 horas, negociada a US$ 23.455. Na mesma linha, o Ethereum (ETH) tinha ganhos de 0,20%, a US$ 1.646.

 

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