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GPA (PCAR3) frustra mercado com prejuízo bilionário e ações podem reagir mal

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) registrou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre de 2022, enquanto analistas esperavam lucro.

Foto: Shutterstock/Erika Cristina Manno

O Grupo Pão de Açúcar, ou GPA, (PCAR3) registrou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 777 milhões atingido em igual período de 2021.

De acordo com a companhia, os resultados foram impactados por elementos excepcionais que totalizaram R$ 956 milhões. Sem os eventos não recorrentes, o prejuízo teria sido menor, de R$ 146 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado foi de R$ 835 milhões entre o período de outubro e dezembro de 2022, queda de 25,3% em relação a um ano antes.

A receita líquida apresentou leve queda de 0,9%, para R$ 11,8 bilhões, impactada negativamente pelo desempenho mais fraco do Éxito. Segundo a companhia, o resultado pode ser explicado por evento pontual do trimestre, com o ajuste de estoque.

O que achamos?

A companhia surpreendeu o mercado, que esperava resultados melhores. Os números devem inspirar pessimismo aos investidores.

A XP previa lucro de R$ 188 milhões, enquanto a Genial projetava lucro ainda maior, de R$ 315 milhões. Mesmo sem as despesas extraordinárias reportadas pelo GPA, os resultados não corresponderiam às expectativas dos analistas.

Além destes eventos, a inflação pesou nos custos da companhia e levou a margem bruta (a diferença entre as vendas líquidas e o custo dos produtos vendidos) a 6,1%, queda de 4,6 pontos percentuais (p.p.) em relação ao quarto trimestre de 2021.

Isto aponta para uma baixa capacidade da empresa em repassar custos aos clientes, diferentemente dos concorrentes. O Assaí, por exemplo, manteve margem estável em 17,2%, enquanto o Carrefour teve aumento de 1,1 p.p., para 21,7%.

O GPA tem apostado no segmento de proximidade – onde as vendas de lojas abertas há pelo menos um ano cresceram rápido no quarto trimestre, em 17,3% -, além de enxugar o portfólio, como na venda do Extra para o Assaí e na separação das operações do Éxito.

No entanto, com os juros e a inflação elevados, o poder de compra da população é menor, o que leva a uma migração para lojas de atacarejo, como as do Assaí e Atacadão, do Carrefour.

No varejo alimentar, há baixo diferencial competitivo entre os participantes do mercado, portanto a “briga” por espaço é feita a partir dos preços. E, neste aspecto, os segmentos de atacarejo podem ser mais eficientes.

Como as ações devem reagir?

Os investidores não devem enxergar com bons olhos os resultados da companhia.

Portanto, as ações devem abrir o pregão desta terça-feira (28) em queda. Vale lembrar que os papéis apresentam alta de 3,91% em 2023.

*O Pré-Trade é publicado diariamente pela Agência TradeMap, sempre antes da abertura da Bolsa, e se propõe a indicar como investidores podem reagir no pregão em reação a alguma notícia ou fato novo que tenha relação com uma ação específica em sua carteira. O conteúdo se destina a fins informativos e não deve ser interpretado como nenhum tipo de recomendação de investimentos.

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