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Governo x Petrobras e bolsas desabam nos EUA – veja o que importa hoje

Investidores ainda repercutem decisão de juros do Banco Central, que na última quarta indicou nova alta em agosto

Foto: Shutterstock

Os investidores voltam do feriado de Corpus Christi para digerir, nesta sexta-feira (17), a forte queda das bolsas americanas ontem, impulsionada pelo receio de recessão à frente após a decisão do Federal Reserve de subir os juros americanos em 0,75 ponto, e no aguardo de um novo reajuste pela Petrobras (PETR3, PETR4) dos preços da gasolina e diesel.

Nesta quinta (16), o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, informou que a estatal decidiu anunciar hoje um aumento nos preços aos distribuidores, que mostram defasagem de até 20% em comparação às cotações internacionais. Por volta das 8h20, os ADRs da Petrobras na bolsa de Nova York subiam 1,82%, a US$ 12,30, após tombar 5,3% ontem.

Mesmo antes do anúncio, o presidente Jair Bolsonaro criticou a companhia em sua live semanal, afirmando que os diretores estão felizes enquanto “o povo sofre”. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, publicou uma mensagem em sua conta no Twitter afirmando que a “República Federativa da Petrobras” vai bombardear os preços dos combustíveis novamente.

De acordo com Jardim, Lira enviou a parlamentares três medidas possíveis em reação: reavaliar a política de preços da estatal, dobrar a tributação sobre os lucros da empresa e abrir uma CPI para apurar a gestão da atual diretoria.

A inflação é considerada pelo governo e pelo Centrão a principal pedra no sapato da reeleição de Bolsonaro, e o mercado teme eventuais medidas que o governo possa tomar para conter os aumentos e que ameacem as contas públicas.

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Uma delas é o projeto de lei para limitar a cobrança de ICMS de combustíveis a 17%, que já foi aprovado no Congresso, e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe ressarcir estados que zerarem o imposto até o final de 2022.

Bolsas dos EUA mergulham

Lá fora, enquanto o mercado brasileiro estava fechado, as bolsas americanas desabaram ontem, um dia depois de o Fed anunciar uma alta de 0,75 ponto na taxa básica americana. O medo dos investidores é que a autoridade monetária seja obrigada a contratar uma recessão para a economia em meio à maior inflação no país em quatro décadas.

O Dow Jones caiu 2,42%, o S&P 500 recuou 3,25% e o Nasdaq tombou 4,08%. Na manhã desta sexta, os índices futuros desses índices mostravam recuperação: por volta das 8h10, subiam 0,60%, 0,80% e 1,13%, respectivamente.

Além do cenário externo, os investidores ainda repercutem a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que na última quarta-feira subiu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual e indicou um novo aumento, igual ou menor, na reunião de agosto.

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Em meio às incertezas com inflação e política fiscal, o BC evitou até mesmo indicar o fim do ciclo, o que já leva alguns analistas a apostarem em uma extensão ainda maior do aperto monetário, com alta também em setembro.

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