Gol (GOLL4) ainda sofre com custos, mas deve diminuir prejuízo no 3º trimestre

Empresa estima que terá um prejuízo por ação de aproximadamente R$ 1,80 no terceiro trimestre de 2022

Foto: Shutterstock/fivetonine

Após registrar prejuízo de R$ 2,12 bilhões no terceiro trimestre do ano passado, a Gol (GOLL4) deve ter um trimestre um pouco melhor, mas seguirá perdendo dinheiro por causa dos custos operacionais elevados.

O Santander, por exemplo, projeta que a companhia aérea apresentará um prejuízo líquido de R$ 425 milhões no período, com uma margem líquida de -11,7%.

A própria empresa estimou, em uma prévia operacional publicada há duas semanas, que terá prejuízo por ação de aproximadamente R$ 1,80 no terceiro trimestre de 2022.

Isso seria equivalente a uma perda de R$ 750 milhões, se considerada a média ponderada de ações que a companhia usou para calcular os resultados do segundo trimestre Ainda assim, o prejuízo seria menor que o de R$ 2,8 bilhões do período entre abril e junho.

Para o analista da Genial Ygor Araújo, os grandes vilões que prejudicam os resultados da empresa seguem sendo a combinação de dólar alto e preço elevado dos combustíveis. 

Ele ressalta que, embora o querosene de aviação tenha ficado cerca de 10% mais barato ao longo do terceiro trimestre, leva tempo até a redução de preços beneficiar as companhias aéreas. A expectativa é que esse efeito fique mais visível no quarto trimestre, segundo Araújo.

Nem tudo está perdido para a Gol

O prejuízo do terceiro trimestre virá apesar de um aumento de cerca de 45% na receita unitária de passageiros (PRASK) em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com a Gol, essa melhora é resultado de um “crescimento contínuo na demanda doméstica de viagens de lazer combinado com a retomada gradual de viagens internacionais”.

O aumento anual de cerca de 45% nesta receita esperada pela empresa no terceiro trimestre indica que a companhia tem sido capaz de repassar para o preço das passagens a alta no preço do combustível que tem pressionado seus custos, diz o Goldman Sachs.

“Notamos que o relatório mostra que a companhia ainda foi capaz de repassar os maiores custos de combustível para os preços, dadas as receitas unitárias maiores ano contra ano”, afirmam Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, analistas do banco americano, em relatório.

Além disso, a empresa afirmou na prévia que o Smiles, o programa de fidelidade da Gol, deve apresentar uma receita 53% maior em relação com o mesmo período de 2019, antes da pandemia de Covid-19. A Gol viu um crescimento de 31% na base de clientes em comparação com o terceiro trimestre de 2019.

A Gol projeta uma margem Ebitda de cerca de 15% no trimestre. Enquanto isso, o Santander prevê 13,4% e a Genial 14,9%.

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