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Gerdau (GGBR4) espera bom resultado em 2022, mas será cautelosa com dividendos

Alguns fatores ainda podem servir de obstáculo a lucros mais altos, entre eles o fim da demanda represada por aço e a normalização dos estoques da commodity, afirmou a companhia

Foto: Divulgação / Gerdau

A Gerdau (GGBR4), que reportou lucro líquido recorde no quarto trimestre do ano passado, considera que os resultados de 2022 devem continuar fortes, mas prefere ser cautelosa em relação à distribuição de dividendos aos acionistas. A companhia pretende decidir ao longo do caminho se pagará mais do que o previsto em estatuto. Por volta das 15h30 (de Brasília), as ações da Gerdau caíam 2,28%, para R$ 24,82.

Durante teleconferência, o presidente da empresa, Gustavo Werneck, disse que neste ano os resultados devem ficar mais perto do lucro de 2021, de R$ 23 2 bilhões, do que dos ganhos de 2020, cuja marca foi de R$ 7,7 bilhões.

“O primeiro trimestre deste ano começa muito forte para nós, mais forte do que começou o primeiro trimestre do ano passado, muito puxado pelos resultados da América do Norte”, afirmou. Ele, no entanto, fez a ressalva de que é necessário esperar para ver como será o desempenho nos próximos trimestres.

Segundo Werneck, alguns fatores ainda podem servir de obstáculo a lucros mais altos, entre eles o fim da demanda represada por aço e a normalização dos estoques da commodity. “Não vamos ter demanda artificial como se viu em 2021”, acrescentou.

Além disso, o executivo mencionou a manutenção dos preços altos do carvão, um dos insumos usados na fabricação do aço, como um elemento capaz de afetar os custos. “Havia expectativa de que carvão teria diminuição de preço em fevereiro, o que não houve. A gente continua achando que terá redução nos próximos meses”, disse.

Outro ponto que afetou o desempenho da Gerdau no início deste ano foi o aumento de casos de Covid-19 no Brasil. De acordo com Werneck, isso teve “impacto muito significativo nos negócios gerais” no Brasil na primeira quinzena de janeiro, mas após o período houve uma retomada na demanda por aço para níveis “bastante parecidos” com os do ano passado.

“O que enxergamos agora é retomada da normalidade”, afirmou.

Além dos potenciais efeitos negativos sobre os resultados, a empresa também mencionou a necessidade de mais investimentos a partir deste ano para a manutenção da usina de Ouro Branco, em Minas Gerais, visto que a unidade está chegando ao fim da vida útil.

“Diferentemente das mini mills, que se reabilitam com manutenção, as usinas integradas têm ciclo de vida mais longo que está chegando ao fim e exigirá volume de investimentos maior, perfeitamente absorvido pelo balanço”, destacou Werneck.

Cautela nos dividendos

Estes fatores devem limitar, ao menos inicialmente, a distribuição de dividendos da Gerdau ao mínimo previsto no estatuto da empresa, de 30%. No entanto, nada impede que a empresa ultrapasse o valor a depender dos resultados futuros, segundo o diretor de relações com investidores da companhia, Rafael Japur.

“Entendo que a gente foi agressivo este ano, quando distribuiu 60% praticamente da nossa geração de caixa livre ao longo de 2021” em proventos, disse ele durante a teleconferência.

Japur ressaltou que, nos últimos anos, a Gerdau distribuiu mais do que 30% do lucro aos acionistas e que, se a situação em 2022 for tão positiva quanto a companhia espera, a empresa “vai seguir com mesmo expediente de eventualmente aprovar e deliberar dividendos superiores” ao que prevê o estatuto. Mas ele acrescentou que é prematuro fazer uma mudança “tão profunda” em estatudo para alterar cláusula de payout“.

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