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Futuro é melhor, mas nem tanto: BofA aumenta preço-alvo da M. Dias Branco (MDIA3) mas ainda recomenda venda – entenda

Expectativa de mais lucro para M. Dias Branco fez o BofA aumentar seu preço-alvo da ação da empresa ao final de 2023 de R$ 28 para R$ 32

Foto: Shutterstock/non c

A expectativa de um lucro e uma receita maior para a M. Dias Branco (MDIA3) no ano que vem fez o BofA aumentar seu preço-alvo para a ação da empresa ao final de 2023 de R$ 28 para R$ 32 nesta quinta-feira (8), em um relatório enviado a clientes comentando suas percepções de um encontro da companhia com investidores.

Agora, os analistas Isabela Simonato, Guilherme Palhares e Fernando Olvera, do banco americano, esperam que a empresa encerre o ano que vem com uma receita líquida acumulada em R$ 10,9 bilhões, um número 8,1% acima da projeção anterior. Para o lucro, a expectativa saltou 41,6%, para R$ 1 bilhão.

“Aumentamos nosso preço-alvo por prever menores custos de trigo e preços mais altos de biscoitos suportados por produtos lançados recentemente”.

Contudo, por mais que o preço do trigo diminua, deve continuar alto na visão do BofA. Somado a isso, as incertezas quanto ao futuro da inflação global ainda não animam por completo os analistas do banco.

Em 2022, a alta da inflação global impulsionou o preço dessa commodity, o que acabou sendo um grande empecilho para a M. Dias Branco.

Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o preço da tonelada da commodity em novembro de 2019, antes da pandemia, era de R$ 819, enquanto em novembro de 2020, primeiro ano da pandemia, quando as commodities deram um salto em função da dúvida sobre a oferta e a demanda do trigo, o valor era de R$ 1,334. Ou seja, alta de 62,88%.

Por mais que os analistas do BofA vislumbrem preços menores, ainda acreditam que o custo do trigo será relativamente alto e continuará prejudicando a empresa. Por esse motivo, mantém uma recomendação underperform para a empresa, o equivalente à “venda”.

Tanto é que, o novo preço-alvo, apesar de mais alto do que o anterior, ainda representa queda de 20% em relação ao último valor de fechamento da ação, que era de R$ 40.

Para tentar melhorar um pouco esse cenário, o banco afirma que a dona de marcas como Piraquê e Adria tem alguns objetivos para 2023.

Dentre eles, proteger o sua participação no seu mercado base, que é o do Nordeste, além de crescer em produtos de maior valor agregado e aumentar suas exportações.

Em uma entrevista exclusiva do diretor de relação com os investidores e novos negócios da M. Dias Branco, Fábio Cefaly, para a Agência Trademap, o executivo já havia adiantado esses pilares de crescimento.

O principal deles, para ele, é expandir os negócios nas regiões Sul e Sudeste. Para aumentar a participação dessas regiões nas receitas, o executivo afirmou que a empresa tem investido nas marcas Adria e Piraquê, além da Isabela, na região Sul. “Mudamos nosso processo de precificação, lançando produtos com maior valor agregado”, comenta Cefaly.

“A M Dias busca proteger seu core business em um momento de difícil conjuntura macroeconômica. Para isso, reduziu o peso das embalagens, desenvolveu embalagens promocionais para o canal do atacarejo e simplificou o portfólio”, comentam os analistas do BofA. 

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Em relação aos produtos de maior valor agregado, a aposta da M. Dias é em alimentos saudáveis e snacks.

Para alavancar essa estratégia, a companhia adquiriu a Latinex, no final de 2021, enquanto em junho deste ano comprou a Jasmine, ambas focadas em alimentos saudáveis. No terceiro trimestre, a receita deste segmento cresceu em 109% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, atingindo R$ 90,8 milhões.

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