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Fleury (FLRY3) dobra de tamanho, mas ação cai ao patamar de 2016; o que esperar?

O Ebitda da empresa rompeu a marca de R$ 1 bilhão no consolidado de 2021

Foto: Shutterstock

O setor de saúde, por motivos óbvios, foi um dos mais influenciados pela pandemia da Covid-19. Agora, com o vírus no patamar mais fraco desde março de 2020, as empresas passam a ponderar os riscos e oportunidades daqui para frente. Entre elas, o Fleury (FLRY3).

Trata-se de um dos maiores grupos especializados em medicina diagnóstica e saúde no Brasil. O Fleury tem procurado se reinventar nos últimos anos, com fortes investimentos em tecnologia e abertura de novas unidades de atendimento.

Além disso, conhecido por tratar do público de alta renda em São Paulo, o grupo tem como objetivo diversificar seu público-alvo com aquisições estratégicas – foram seis em 2021.

Atualmente, são 13 marcas que compõem o Fleury, as quais ajudaram a empresa a renovar seu recorde de receita bruta no ano passado: R$ 4,17 bilhões, alta de 30,1% sobre o reportado em 2020.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), importante mensuração aproximada da geração de caixa da empresa, rompeu a marca de R$ 1 bilhão. “É um novo marco na nossa história” afirma Renato Braun, Diretor de Relações com Investidores do Fleury.

Em ambas as métricas, a empresa quase dobrou de tamanho em relação a 2016. Contudo, hoje as ações negociam no mesmo patamar de julho daquele ano.

Comparação entre ações FLRY3 e o índice Ibovespa nos últimos cinco anos

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

O que aconteceu com a Fleury?

O motivo da queda das ações da empresa, na ordem de 40% nos últimos 12 meses, levantou dúvidas entre os investidores no mercado brasileiro. Qual é a razão pela qual uma empresa de alta qualidade em um setor perene tem sofrido tanto?

Uma das razões diz respeito justamente à pandemia. Diversas despesas e receitas não recorrentes, em vista de um cenário “normalizado”, passaram a rondar as companhias do setor, que deverão separar o joio do trigo a partir de agora.

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Além disso, a empresa registrou no ano passado uma ampliação das despesas gerais e administrativas para fomentar o próprio crescimento – seja por meio da abertura de novas unidades, seja por aquisições.

“A gente aumentou a despesa com uma ampliação na nossa estrutura, para suportar nosso crescimento futuro, o que momentaneamente pode dar um efeito no resultado, mas nossas decisões sempre miram o longo prazo”, aponta Braun.

Mas o planejamento de abertura de unidades está abaixo do que a empresa anunciou. Braun explica que isso ocorre pois as condições do mercado mudaram e outros modelos de negócio surgiram ou aumentaram sua parcela de participação, como o atendimento móvel.

“Surgiu o atendimento móvel de forma bem significativa e, se a gente pegar os números de 2021, verá que ele representou 7,4% da nossa receita. Se a gente for converter em tamanho médio de unidade do Fleury, são 25 unidades, e isso não existia quando o guidance foi feito”, diz Braun.

O processo de contração monetária no Brasil e no mundo, com um aumento da taxa de juros e consequente aumento de capital para as empresas, também contribui para pressionar as cotações em Bolsa, assim como o atual cenário para o mercado em que a empresa atua.

Concorrência

Com a chegada de empresas do setor à Bolsa, mesmo que em espectros diferentes, os múltiplos das ações do segmento de saúde ficaram inchados. As companhias que ganham destaque são as que possuem modelos verticalizados, são pautadas em alto crescimento e têm buscado ganhar espaço no mercado via aquisições –  como é o caso de Hapvida (HAPV3) e Rede D’Or (RDOR3)

Mas Braun não vê riscos dessas consolidação da concorrência impactar no Fleury, uma vez que o público dessas empresas é diferente.

“Não enxergamos como concorrentes. A Hapvida por exemplo, não é um modelo de negócio que pega o nosso segmento. Nosso segmento tende a ser premium e intermediário alto, enquanto a Hapvida pega a base da pirâmide” disse o chefe de relações com o investidor da Fleury.

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