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Fitch prevê piora na dívida pública do Brasil, mas mantém estável nota de crédito do país

Piora esperada está dentro da margem prevista pelo rating atual do Brasil

Foto: Shutterstock/Tatohra

A agência de classificação de risco Fitch manteve a nota de crédito do Brasil intacta, em BB com perspectiva estável, mesmo prevendo piora na trajetória da dívida pública do país daqui para frente.

Na opinião da agência, o Brasil continua oferecendo o mesmo risco de calote que antes, apesar da perspectiva de aumento acima da inflação nos gastos públicos a partir do ano que vem.

“A expectativa é que o crescimento desacelere no próximo ano e que a recente melhora do quadro fiscal seja desfeita sob o novo governo, mas dentro de uma margem consistente com a nota atual, e saindo de um ponto melhor que o previamente esperado”, disse a Fitch em um relatório.

A agência ressaltou que existe uma “incerteza elevada” em relação aos planos do próximo governo e a respeito de qual será o impacto dessas futuras medidas sobre os cenários econômico e fiscal, mas considera que há pouco risco de os projetos prejudicarem a estabilidade econômica.

A Fitch calcula que o Brasil crescerá 3% em 2022, mas acha que a taxa vai desacelerar a 0,7% em 2023 por causa do aumento dos juros e da desaceleração na economia mundial.

Medidas de estímulo adotadas pelo próximo governo, afirmou a Fitch, podem ajudar a acelerar o crescimento no ano que vem, mas ao mesmo tempo podem prejudicar a confiança na economia e forçar o Banco Central a prolongar ou intensificar a alta de juros.

A relação entre a dívida e o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deve terminar 2022 em 74,1%, nível semelhante ao observado em 2019, antes da pandemia e de várias medidas de auxílio à população adotadas pelo governo que fizeram o índice disparar.

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“A Fitch projeta que a taxa vai subir de novo para 80,0% em 2024, bem acima da mediana dos países com nota BB, de 55%. por causa do ressurgimento dos déficits primários, do crescimento mais lento e de custos mais altos com juros”, informou a agência.

A nota de crédito do Brasil pode piorar se alguma decisão do governo agravar a sustentabilidade da dívida pública ou as condições de financiamento do país, seja no mercado doméstico ou no exterior. Políticas que aumentem a instabilidade econômica e atrapalhem o crescimento no médio prazo também poderiam levar a um corte no rating.

Da mesma forma, a Fitch pode elevar a nota de crédito brasileira se houver reformas que aumentem a confiança na redução da relação entre a dívida e o PIB, se a perspectiva de crescimento da economia melhorar em um contexto de inflação mais contida e se o governo conseguir dar mais previsibilidade a respeito da tramitação e aprovação de reformas econômicas.

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