FII Hospital da Criança (HCRI11) suspende dividendo de julho para pagar dívida à Rede D’Or (RDOR3)

O fundo imobiliário Hospital da Criança (HCRI11) informou, nesta segunda-feira (15), que não fará a distribuição de dividendos aos cotistas relativa a julho em função do pagamento de uma dívida com a Rede D’Or (RDOR3), locatária do imóvel, em meio a processos judiciais.

O BTG, administrador do fundo, ainda informou que poderá reter o pagamento de dividendos relativos a agosto para quitar uma dívida de R$ 975 mil cobrada pela Rede D’Or.

Segundo o BTG, o fundo pagou, até junho, R$ 1 milhão à Rede D’Or referente a um acerto de contas sobre o valor do aluguel, em um processo judicial que já dura desde 2011.

A Rede D’Or afirma que há um saldo remanescente devido pelo fundo no valor de R$ 143,3 mil,
bem como o pagamento de R$ 831 mil relativos a honorários no âmbito do processo judicial, totalizando R$ 975 mil.

O juiz do processo proferiu um despacho intimando a Rede D’Or a apresentar uma planilha de cálculo com o valor da dívida e, somente após a apresentação desse valor, o fundo deve efetuar o pagamento.

Caso o fundo não precise efetuar o pagamento da dívida, o valor retido de dividendos de julho poderá ser distribuído aos cotistas, de acordo com o BTG.

Entenda o caso da disputa sobre o valor de aluguel

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou, em maio, que o fundo Hospital da Criança pagasse uma quantia de R$ 9,7 milhões em favor do hospital da Rede D’Or, referente a um ajuste de contas relativo ao valor de aluguel fixado pela Justiça em um processo judicial aberto pelo hospital contra o fundo em 2016.

Segundo o BTG Pactual, o fundo já tinha protocolado uma manifestação requerendo a intimação da Rede D’Or para efetuar o depósito judicial dos valores apurados pelo perito contábil referente a uma ação judicial de 2011, no valor de R$ 8,7 milhões, e que, portanto, o saldo devido pelo fundo seria de R$ 1 milhão.

Esse saldo foi pago em 15 de junho, mas a Rede D’Or cobra uma diferença sobre a atualização da dívida e também encargos de honorários com o processo, que somam R$ 975 mil.

O fundo HCRI11 havia retomado o pagamento de dividendos em julho, referentes a junho, após três meses sem distribuir rendimentos.

O imóvel tem uma área de 5,5 mil metros quadrados e fica localizado no bairro de Jabaquara, na cidade de São Paulo.

A disputa judicial com o fundo se arrasta desde 2011, quando o Instituto de Especialidades Pediátricas de São Paulo S/A – Hospital da Criança, locatário do imóvel, entrou com processo judicial para reduzir o valor do aluguel.

Desde então, foram protocolados diversos processos judiciais envolvendo a disputa.

O fundo tinha, em junho, patrimônio líquido de R$ 53,3 milhões e contava com 2.992 cotistas.

A cota do HCRI11 negociada na Bolsa caía 3,79% por volta das 11h15, para R$ 242,44, e acumulava perda acima de 35% em um ano.

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