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Fed desacelera ritmo de alta de juros, mas sinaliza taxa maior no fim do ciclo

Banco central americano indicou que o ciclo de aperto monetário está próximo do fim, prevendo uma taxa de juros em 5,1% no fim de 2023. Entenda

Foto: Shutterstock/sasirin pamai

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, diminuiu o ritmo de alta de juros do país, mas passou a prever que a taxa atingirá níveis maiores e permanecerá elevada por mais tempo do que se esperava.

O Fomc, o Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed, aumentou os juros americanos em 0,50 ponto percentual (p.p.), para o intervalo entre 4,25% e 4,50%. A elevação foi menos intensa que em decisões anteriores, quando a taxa subiu 0,75 p.p.

A autoridade monetária, contudo, trouxe uma sinalização mais hawkish (inclinada ao aperto monetário), prevendo uma que os juros dos Estados Unidos devem terminar o ano que vem em 5,1%.

Esse é o patamar mais alto da taxa de juros desde 2007, antes da crise no setor imobiliário, e significa que o Fed estaria promovendo neste ano o maior aperto de juros desde 1980.

Antes, a expectativa era de que a taxa chegasse ao fim de 2023 em 4,6% ao ano.

“O comitê antecipa que os aumentos contínuos da taxa de juros serão apropriados para atingir uma política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo”, disse o Fomc em seu comunicado, repetindo a linguagem que usou em comunicações anteriores.

A decisão de hoje veio em linha com o esperado pelo mercado. Na manhã desta quarta, as apostas eram de 82% de chance de as taxas subirem 0,50 p.p. e de 18% de uma elevação de 0,75 p.p., segundo dados do CME Group.

Para fevereiro, quando será anunciada a próxima decisão do Fed, as taxas de juros futuros refletem 47,2% de chance de uma alta de 0,25 ponto e 44,4% de probabilidade de uma nova alta de 0,50 ponto.

Além da decisão sobre os juros, o Fed apresentou novas projeções para a economia. Conforme esperado, a instituição passou a prever um aperto monetário mais longo, assim como um crescimento econômico menor e uma inflação maior para 2023.tabela juros fed

O banco central americano, porém, reduziu a previsão de crescimento da economia para o próximo ano, de 1,2% para 0,5%.

O Fed  ainda aumentou a projeção para inflação para 2023 de 2,8% para 3,1%, acima do centro da meta que é de 2%.

tabela fed inflação

CPI (índice de preços ao consumidor) dos Estados Unidos subiu 0,1% em novembro, desacelerando em relação à alta de 0,4% em outubro e ficando abaixo do esperado pelo mercado. A queda nos preços de combustíveis e alimentos contribuiu para reduzir a inflação. Em 12 meses, o índice acumula alta de 7,1% e o núcleo avançou 6%.

“É provável que os EUA sejam os primeiros a ver a inflação desacelerar de forma convincente, juntamente com o crescimento dos salários, mas mais no segundo semestre do que no primeiro”, disse o Credit Suisse em relatório.

O banco espera que o Fed suba a taxa de juros para 5% em 2023 e não vê espaço para cortes a não ser que o cenário aponte para uma recessão mais severa no país.

O presidente do banco central americano, Jerome Powell, concede entrevista coletiva para detalhar a decisão e as projeções. É possível acompanhar a transmissão ao vivo, em inglês, clicando aqui.

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