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ETFs que pagam dividendos? Nova modalidade pode estrear na B3 em 2023

Novo produto vai ampliar opções de investidores e diversificar portfólio em meio à quadro desafiador para renda variável

Foto: Shutterstock/Andrew Angelove

A Bolsa de Valores brasileira indicou que no início do ano que vem o mercado poderá contar com um novo tipo de investimento: os ETFs que pagam dividendos.

Atualmente, os ETFs negociados no mercado brasileiro são do tipo total return, que reaplicam os dividendos das empresas no próprio fundo. A B3 indicou que, a partir de 2023, será possível investir em ETFs de price return, distribuem os dividendos entre os cotistas.

Para analistas financeiros, o novo produto marca o avanço do mercado brasileiro frente aos seus pares e deve ampliar as opções para investidores, principalmente em um momento desafiador para a renda variável, dado o aumento dos juros globais e a fuga de capital para opções mais conservadoras.

“Com o mercado mais desenvolvido, é uma tendência natural evoluir para uma opção com dividendos após os ajustes operacionais necessários”, pontua Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos.

A B3 ainda não confirmou a data em que o novo produto estará disponível.

Em entrevista ao site InfoMoney, porém, José Ribeiro de Andrade, vice-presidente de produtos e clientes da Bolsa, e Marcos Skistymas, head de produtos listados, disseram que o novo produto pode vir no primeiro trimestre de 2023 se forem resolvidas questões técnicas, entre elas a inclusão do ETF como um ativo que paga dividendos na central de depositários.

ETFs de dividendos são opção eficiente para pequeno investidor

Os desafios que jogaram contra os ativos de renda variável ao longo de 2022 devem se manter no radar dos investidores no próximo ano, sobretudo nos primeiros meses.

O principal foco de adversidade está na escalada dos juros americanos. Neste ano, a taxa do Fed (o banco central dos EUA), passou de zero para perto de 4,50% ao ano.

Mesmo que a autoridade monetária já tenha colocado o pé no freio, a comunicação aponta para novas altas. Segundo o Fed, os juros devem chegar ao patamar de 5,1% para que a inflação seja domada. Além disso, a previsão é que não haja cortes nas taxas até 2024.

Para Thiago Beretta, responsável por ETFs na HMC ITJ, operação brasileira da HMC Capital, os ETFs de dividendos vêm como uma forma de ampliar a estratégia dos investidores no mercado acionário.

O especialista ressalta que empresas que pagam bons dividendos costumam ser aquelas que possuem uma melhor estrutura organizacional e financeira, além de manter uma boa geração de fluxo de caixa para se navegar em diferentes ambientes e ciclos econômicos.

“Um ETF focado nessas empresas faz todo o trabalho de seleção e rebalanceamento dessas empresas dentro do ETF, além de ser uma opção mais eficiente do ponto de vista de custos”, afirma. “Acreditamos que mesmo em um cenário de incertezas, o investidor vai seguir procurando opções dentro do mercado de ações, e essa pode ser uma das soluções possíveis para que isso aconteça”.

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ETF ou fundo indexado: qual o melhor para apostar na alta do Ibovespa em 2023?

Com opinião semelhante, Luives destaca que os ETFs de dividendos atuam em duas pontas positivas aos investidores: trazem um retorno financeiro periódico, enquanto ampliam a diversificação do portfólio.

Ter uma cesta que permite acompanhar a performance com diversificação e receber proventos mensais é benéfico para o mercado e mais uma escolha para investidor”, pontua. 

Setores para prestar atenção

As empresas com maior expectativa de pagamento de dividendos em 2023 são parte daquelas que já foram bastante generosas nos últimos meses.

Dentre elas estão nomes ligados a commodities metálicas e ao petróleo, as companhias que atuam na distribuição de energia elétrica e os bancos, como Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4) e Itaú Unibanco (ITUB4).

Segundo o especialista da Valor, o novo produto da B3 vai permitir uma seleção de empresas de determinado setor que sejam boas pagadoras de dividendos, como ETFs temáticos.

“Podem ter muitos ETFs que vão replicar empresas de valor, seja do segmento elétrico, seguradoras, bancos ou commodities“, afirma.

Além da busca por empresas já consolidadas no mercado e que se mostraram resilientes com as recentes adversidades, Beretta aponta a estratégia de buscar por segmentos que sejam tendência no próximo ciclo econômico.

Para o especialista, o setor de segurança cibernética, que já possui um grande destaque nos mercados globais, pode ser uma boa aposta para a busca de ETFs de dividendos. 

“Esse tipo de investimento é imprescindível e urgente, e deve ser uma das priorizações dentro da relação de gastos das grandes corporações internacionais olhando para frente”, ressalta. 

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