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Emissão global de dívida ligada a metas ESG despenca – e cai mais rápido na América Latina

Brasil e México lideram a emissão de papéis ligados à sustentabilidade na região

Foto: Shutterstock

A emissão de títulos de dívida vinculados a metas de desenvolvimento social, ambiental e de governança corporativa – ESG, na sigla em inglês – despencou na América Latina durante o segundo trimestre, segundo dados compilados pelo Bank of America (BofA) e divulgados em relatório divulgado nesta sexta-feira (29).

Segundo o banco, a emissão dos chamados labeled bonds – como são chamados os títulos de dívida voltados às causas do ESG – na América Latina foi 82% menor que no segundo trimestre de 2021, chegando a US$ 1,5 bilhão.

A queda foi mais intensa que a registrada em todo o mercado de emissão títulos na região, de 72%, para US$ 6 bilhões.

Na comparação com o primeiro trimestre, a diferença ficou negativa em 71%, evidenciando que os títulos de dívida no mercado latino-americano foram mais impactados pelas condições adversas entre abril e junho, como a guerra na Ucrânia e o aumento dos juros americanos.

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Apesar da ter caído com força na América Latina, a redução nas emissões dos labelled bonds é um fenômeno global. Fora da região, a queda nas emissões deste tipo de papel encolheu 50% no segundo trimestre em relação a um ano antes, para US$ 6,6 bilhões, mas foi mais branda que a das emissões de dívida em geral, que diminuíram 57%.

Estoque sobe

Apesar da queda da emissão, o estoque de labelled bonds na América Latina passou de 9% do total de títulos de dívida em aberto no primeiro trimestre de 2022 para 9,4% entre abril e junho, totalizando US$ 37,8 bilhões.

O Brasil é o maior emissor, respondendo por 47% dos labelled bonds em circulação, seguido pelo México (24%) e Chile (16%).

O BofA destacou algumas empresas brasileiras na emissão de labelled bonds. O Banco do Brasil, por exemplo, possui títulos com taxas de 4,87% com vencimento em 2029, para o financiamento de projetos sociais e financiamento de pequenas e médias empresas.

Já o Bradesco possui título de dívidas com taxas de 4,37%, com vencimento em 2027. Os recursos devem ser usados para o financiamento de projetos sociais e sustentáveis que já estão em operação e que ainda serão lançados.

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