Embalado pela queda dos juros, Ibovespa ignora mau humor nos EUA e fecha acima dos 114 mil pontos

Principal índice da B3 subiu 1,10%, aos 1114.270 pontos, em dia de liquidez reduzida por conta do feriado na capital paulista

Foto: Shutterstock/Bigc Studio

O Ibovespa voltou a fechar em alta nesta quarta-feira (25), dia de liquidez reduzida devido ao feriado do aniversário da capital paulista, impactado pelo arrefecido na curva de juros. No cenário global, o dia foi de queda com os investidores digerindo dados abaixo do esperado da temporada de balanços nos Estados Unidos.

Com isso, o principal índice da Bolsa brasileira encerrou o pregão em alta de 1,10%, aos 114.270 pontos e R$ 16,84 em volume negociado, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap.

Com este desempenho, o Ibovespa soma alta de 1,99% na semana, enquanto desde o início do ano a valorização é de 4,13%.

Juros em queda favorece Bolsa

O recuo dos juros foi um dos principais vetores para o avanço da Bolsa no pregão. Os contratos futuros para 2026 fecharam em baixa de 2 pontos-base, a 12,66%, enquanto as opções para 2029 tiveram leve alta de 3 pontos-base, a 12,96%

As ações São Martinho (SMTO3) lideraram o dia, com alta de 4,37%, enquanto BB Seguridade (BBSE3) subiu 4,15%.

A Weg (WEBE3) aparece logo atás, com alta de 4,06%, diante do tom otimista do mercado para os dados da companhia no quarto trimestre do ano passado, que serão publicados no dia 15 de fevereiro.

A XP prevê resultados positivos para a companhia no período, com um avanço de 34% no lucro líquido, mesma opinião da Genial Investimentos.

“Acreditamos que o quarto trimestre deverá ser relativamente positivo. Estimamos uma receita líquida de R$ 8,1 bilhões, com um avanço de 23,5% na comparação anual e um lucro líquido de R$ 1,2 bilhões, 38% maior na mesma base”, escreveram os analistas.

Ainda na ponta de cima, Fleury (FLRY3) subiu 3,96%, enquanto Alpargatas (ALPA4) e (GOLL4) ganharam 3,53% e 3,48%, respectivamente.

Além do arrefecimento dos juros, Leandro De Checchi, analista da Clear, destaca os descontos que a Bolsa brasileira oferece aos investidores como um impulso para a alta.

“De fato, o cenário econômico poderia ser melhor, porém, o Brasil ainda está ‘barato’ perto do mundo e isso está sendo precificado desde meados de dezembro”, explica De Checchi.

O dia também marcou a recuperação das petrolíferas após registrarem quedas na véspera a despeito do preço do petróleo apresentar estabilidade. O barril tipo Brent fechou em leve alta de 0,27%, negociado a US$ 86,49, segundo dados da ICE.

No setor, destaque para alta de 2,17% da Prio (PRIO3), enquanto os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 1,28%, e os ordinários (PETR3) ganharam 0,43%.

Baixas do dia

Na parte negativa do índice, os papéis Via Varejo (VIIA3) lideraram a ponta, com perda de 1,99%, enquanto Qualicorp (QUAL3) caiu 1,70% e Suzano (SUZB3) recuou 1,56%.

Na sequência, destaque para Natura (NTCO3) e Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, com quedas de 1,42% e 1,40%, nesta ordem.

Lula no Uruguai

Os investidores seguem acompanhando a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por países vizinhos ao Brasil. Nesta quarta, o presidente este no Uruguai e sinalizou os trabalhos para o estreitamento de laços entre o Mercosul e a China.

O petista também prometeu que vai destravar as negociações do bloco de países com a União Europeia, classificando a medida como “urgente”.

Mercado global e criptos

Lá fora, os mercados voltaram a cair após dados da temporada de balanço das empresas americanas apresentarem dados aquém do esperado.

Em Wall Street, o Dow Jones ficou praticamente estável, com 0,03% para cima, enquanto S&P 500 caiu 0,02% e a Nasdaq perdeu 0,18%. No outro lado do Atlântico, o Euro Stoxx 50 recuou 1,12%.

O gatilho foi deflagrado pela Microsoft com dados divulgados na noite de ontem. Para o próximo trimestre, a empresa projetou receitas menores do que o mercado esperava, o que derrubou as ações por lá. Nesta quarta, o BDR da empresa (MSFT34) recuava 7%.

“A Microsoft projeta de US$ 50,5 bilhões a US$ 51,5 bilhões em receita no terceiro trimestre fiscal, o que representa um crescimento implícito de 3% na comparação anual, enquanto analistas esperavam US$ 52,43 bilhões”, destacou a XP, em relatório.

Seguindo o mesmo caminho, o mercado de criptos também opera no vermelho, apesar de manter as cotações nos maiores níveis desde agosto do ano passado.

Por volta das 17h05, o Bitcoin (BTC) perdia 1,68% em comparação as últimas 24 horas, próximo da cotação de US$ 23 mil. Na mesma hora, o Ethereum (ETH) perdia mais de 3%, na região de US$ 1,5 mil.

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