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Desoneração de combustíveis é má notícia para usinas de etanol – entenda por quê!

Desoneração deveria terminar no fim do ano passado, mas Lula estendeu o benefício até o fim de fevereiro

Foto: Shutterstock/gan chaonan

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de prorrogar até o final de fevereiro a desoneração dos combustíveis surpreendeu o mercado e pode acabar prejudicando os resultados das empresas produtoras de etanol, segundo o BTG Pactual.

O presidente editou uma medida provisória que estende até 28 de fevereiro a desoneração dos impostos federais PIS e Cofins sobre os combustíveis.

A isenção havia sido aprovada pelo Congresso em meados do ano passado, mas havia expectativa de que ela fosse removida no início deste ano, principalmente por causa das dificuldades que o governo atual deve enfrentar para diminuir o déficit nas contas públicas.

Embora o etanol esteja abarcado pela desoneração, a manutenção de alíquota zero para a gasolina evita que o combustível renovável readquira a vantagem tributária definida por lei.

O BTG Pactual, que esperava o fim das isenções de PIS/Cofins, disse que a volta da tributação ainda é possível, mas considera que a medida provisória assinada por Lula reduz a visibilidade nesta área.

“Nosso cenário-base continua sendo o de que os impostos voltarão em março, mas há obviamente riscos em relação a isso enquanto o governo avalia suas prioridades”, disse o banco em um relatório.

O BTG Pactual espera que o preço do etanol nas usinas fique em torno de R$ 2,90 por litro na próxima safra, que começa em abril, desconsiderando a desoneração. No entanto, se a zeragem de PIS/Cofins continuar, o preço de equilíbrio do combustível nas usinas pode cair em R$ 0,26 por litro.

Essa queda pode reduzir o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das empresas em até 7% no próximo ano-safra, segundo o banco. Além disso, pode baixar o preço do açúcar.

O BTG Pactual diz que se a desoneração continuar, vai remover um dos dois fatores fundamentais para a recuperação dos resultados no setor sucroalcooleiro, que era a retomada da vantagem tributária do etanol em relação à gasolina.

O outro pilar é a melhora do rendimento das safras da cana, que parece estar em andamento, segundo o banco.

Atualmente o BTG Pactual recomenda a compra de três ações do setor sucroalcooleiro na B3 – Raízen (RAIZ4), São Martinho (SMTO3) e Jalles Machado (JALL3). Todas elas, porém, tinham forte queda na Bolsa hoje, com destaque para São Martinho, que caía mais de 10%.

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