Dado econômico dos EUA revive medo de aperto monetário e bolsas do país sentem o baque

Índice de atividade de serviços contrariou expectativa de mercado e subiu, o que aumentou aposta em alta mais agressiva nos juros

Foto: Shutterstock

Não é só no Brasil que o receio com a alta de juros voltou à tona nesta terça-feira (6). Nos Estados Unidos, o mercado também entrou nesta onda após dados mostrarem que o crescimento do setor de serviços acelerou em agosto.

O índice ISM sobre a atividade do setor de serviços americano subiu para 56,9 pontos em agosto. A leitura, acima de 50 pontos, sugere expansão da atividade. O resultado contrariou a expectativa do mercado, que previa queda para 55,2 pontos, segundo informações do banco Wells Fargo.

O indicador é mais um sinal de que a economia dos EUA continua forte, a despeito das sucessivas altas de juros – que agem como um freio ao crescimento – e da inflação elevada – que reduz o poder de compra da população.

Diante disso, os investidores reforçaram a aposta que o Federal Reserve, banco central americano, continuará aumentando os juros de forma agressiva, na tentativa de conter a alta de preços.

De acordo com dados do CME Group, ontem o mercado previa possibilidade de 57% de o Fed elevar os juros em 0,75 ponto porcentual em 21 de setembro, e 43% de chance de a taxa subir com menos intensidade, em 0,50 ponto porcentual. Hoje, esses índices passaram a 70% e 30%, respectivamente.

Segundo a corretora Schwab, o mercado já estava inclinado a esperar uma alta mais intensa nos juros por causa do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole.

Na ocasião, ele disse que embora a economia americana esteja desacelerando, ainda mostra uma força “que preocupa” e que isso exige juros maiores a fim de controlar a inflação.

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Ainda segundo a Schwab, os dados de emprego divulgados na semana passada tinham aumentando levemente a expectativa de que o Fed desaceleraria o ritmo de alta para 0,50 ponto porcentual, mas isso mudou com os dados de hoje.

O índice acionário S&P 500, que abriu o pregão em alta de 0,3%, chegou a cair quase 1% após a divulgação dos dados do ISM, mas por volta das 12h operava novamente em alta, de 0,3%.

O Nasdaq Composto, índice que também abriu a sessão em território positivo e caiu após o ISM, se recuperou das mínimas do dia, mas segue perto da estabilidade.

Os componentes do índice, voltados ao setor de tecnologia, são mais sensíveis aos movimentos dos juros. As companhias mais novas precisam de financiamento para crescer – e os juros altos encarecem o custo de capital. As mais consolidadas podem oferecer rendimentos menos atraentes conforme as taxas de juros aumentam a rentabilidade da renda fixa.

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