CSN Mineração (CMIN3): Minério de ferro mais baixo e China pressionam resultados do 2º trimestre

A CSN Mineração (CMIN3), braço da CSN (CSNA3), apresentou números pressionados no segundo trimestre do ano na comparação anual, impactado pelo preço do minério de ferro mais baixo no período no mercado internacional e pela menor demanda na China.

No trimestre, o preço da commodity atingiu patamares de novembro do ano passado, embora tenha sofrido ajustes ao longo do período. Com isso, o preço médio ficou ao redor de US$ 200 por tonelada. O intervalo também foi impactado por questões envolvendo a China, como o desempenho abaixo do esperado no mercado imobiliário e pela manutenção da política de zero Covid, resultando no isolamento de diversas províncias importantes.

“Além disso, o conflito entre Rússia e Ucrânia, os impactos inflacionários e o aumento de taxas de juros também ajudaram a aumentar as preocupações em relação à demanda por minério e ao fornecimento de energia para os países europeus”, diz CSN Mineração.

Diante dessa volatilidade no mercado, a CSN Mineração reportou lucro líquido de R$ 826 milhões no segundo trimestre deste ano, valor 67% menor que o mesmo intervalo do ano anterior.

No segundo trimestre, a receita líquida totalizou R$ 2,58 bilhões, uma queda de 65% ante o mesmo período do ano passado.

O lucro operacional, medido pelo Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado também caiu fortemente no período, totalizando R$ 907 milhões, uma baixa de 82% na base anual.

A margem Ebitda também recuou na comparação anual, passando de 67,47% no ano passado para 35,08% neste ano, uma queda de 32,4 p.p (pontos percentuais).

O resultado financeiro da empresa foi positivo em R$ 568 milhões no segundo trimestre, revertendo montante negativo em R$ 639 milhões no mesmo período do ano passado. Contudo, a despesa financeira sem contar a variação cambial aumentou em R$ 77 milhões na mesma comparação, passando de R$ 72 milhões no ano passado para R$ 149 milhões neste ano.

Entre abril e junho, a produção de minério de ferro somou 8,29 milhões de toneladas, uma retração de 21,5% na comparação anual, impactado pela sazonalidade do trimestre e pela baixa demanda pelo produto na China.

Com isso, o volume de vendas caiu 16,86% no segundo trimestre do ano ante o mesmo intervalo de 2021, para 7,5 milhões de toneladas, refletindo o volume de chuvas elevado em abril, principalmente no Rio de Janeiro, onde está localizado o porto da companhia.

O custo da mineração foi de US$ 24,3 por tonelada no segundo trimestre, valor 3,8% superior quando comparado ao trimestre imediatamente anterior, refletindo o aumento de custo de insumos, incluindo o diesel, que impacta também a tarifa ferroviária.

Revisão das projeções

Além do balanço, a empresa divulgou um documento com novas projeções para o restante do ano. A CSN Mineração substituiu a projeção de custo caixa na mineração de US$ 18 por tonelada para um patamar maior, entre US$ 20 por tonelada e US$ 22 por tonelada em 2022.

Já o volume total de minério de ferro que será produzido até o final do ano somado às compras de terceiros diminuiu em comparação a projeção anterior, agora prevendo entre 36 milhões de toneladas e 38 milhões de toneladas.

Veja os resultados da parte siderúrgica da CSN:

Lucro da CSN (CSNA3) desaba com queda nas vendas e aumento nas despesas