Ibovespa renova recorde em meio a expectativas por queda da Selic

Fonte: Shutterstock/NikoNomad

O Ibovespa encerrou a quarta-feira (26) com forte alta de 1,70%, aos 158.555 pontos, renovando seu recorde histórico em meio ao maior apetite por risco no exterior e à percepção de que o ciclo de cortes da Selic está próximo de começar. Mesmo com o IPCA-15 de novembro levemente acima do esperado, os investidores reagiram à melhora da inflação no acumulado de 12 meses e às apostas crescentes de que o Federal Reserve também poderá iniciar cortes de juros em breve, favorecendo ativos de países emergentes.

No Brasil, o noticiário político ganhou destaque com a sanção do presidente Lula à nova tabela do Imposto de Renda, que amplia a faixa de isenção para R$ 5 mil a partir de 2026 e cria uma taxação mínima de até 10% para rendas anuais acima de R$ 600 mil, além de um desconto adicional para salários de até R$ 7.350 por mês. A ausência dos presidentes da Câmara e do Senado no evento chamou atenção, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a necessidade de articulação política para avançar com as pautas econômicas até o fim do ano.

A inflação medida pelo IPCA-15 subiu 0,20% em novembro, acima da alta de 0,18% registrada em outubro, mas trouxe sinais positivos ao atingir 4,50% em 12 meses, retornando ao intervalo da meta pela primeira vez desde janeiro. O dado foi pressionado principalmente pelo salto de quase 12% das passagens aéreas, embora também tenha mostrado avanços em grupos como Despesas Pessoais e Saúde. Alimentação voltou ao campo positivo após cinco meses de queda, enquanto a energia elétrica recuou novamente mesmo com a bandeira vermelha. Os índices regionais variaram bastante, com Belém registrando a maior alta e Belo Horizonte, a menor. A leitura mais benigna da inflação fortaleceu a expectativa de corte da Selic, mas analistas seguem divididos: parte das casas projeta redução já em janeiro, enquanto outras veem mais probabilidade de que o movimento ocorra somente em março, especialmente após o diretor de Política Monetária do Banco Central afirmar que a próxima alteração será uma redução, restando apenas definir o momento exato.

O mercado internacional também contribuiu para o bom humor local. O petróleo fechou em alta diante de dúvidas sobre um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia e da divulgação de estoques acima do esperado nos Estados Unidos, com o WTI avançando 0,84% e o Brent, 1,07%. Os preços refletiram ainda a discussão sobre o prêmio de risco da commodity em um cenário geopolítico incerto.

Entre as ações brasileiras, o rali foi sustentado por papéis de maior liquidez, como Vale (VALE3) e os grandes bancos. A mineradora subiu 1,49%, enquanto Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) avançaram 3,01% e 2,36%, respectivamente, em um movimento apoiado pelo cenário de inflação mais controlada, juros mais próximos de cair e ambiente internacional favorável. Já Petrobras (PETR4) recuou 0,15% em dia de expectativa pela divulgação do novo Plano Estratégico da companhia, que deve indicar um capex menor em 2026 diante de ajustes e reorganização de projetos.

No noticiário corporativo, declarações de Luiza Helena Trajano durante o evento Liberdade para Empreender repercutiram no mercado. A empresária criticou a taxa Selic em 15%, afirmando que níveis tão altos prejudicam o varejo e reforçando a necessidade de rever o modelo de crédito score no país. As falas coincidiram com o recuo de 1,46% das ações do Magazine Luiza (MGLU3), que também enfrentaram correção após forte valorização recente.

Por outro lado, ações sensíveis ao consumo reagiram positivamente ao IPCA-15, com Assaí (ASAI3) subindo 6,38%, Vivara (VIVA3) avançando 4,53% e Natura (NATU3) ganhando 4,30%. O dia também foi marcado pelo forte movimento na Rumo (RAIL3), cujos papéis dispararam 9,14% diante de informações de que a Ultrapar está montando posição na companhia por meio de operações estruturadas via Morgan Stanley.

Entre as quedas, a Vibra (VBBR3) recuou 0,99% após ajustes decorrentes do anúncio de JCP com pagamento apenas em dezembro de 2026 e da emissão de novas ações que devem gerar diluição de 7,1% no valor atual dos papéis. No mesmo sentido, Braskem (BRKM5) caiu 0,64% após ser recomendada para venda em relatório de curto prazo, com investidores atentos aos pontos de entrada e saída sugeridos pelos analistas.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Rumo (RAIL3): +9,14%

• Vamos (VAMO3): +6,63%

• Assaí (ASAI3): +6,38%

• Vivara (VIVA3): +4,53%

• Natura (NATU3): +4,30%


Baixas

• Hapvida (HAPV3): -7,15%

• Magalu (MGLU3): -1,46%

• Vibra (VBBR3): -0,99%

• Totvs (TOTS3): -0,83%

• Braskem (BRKM5): -0,64%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (26/11):

• Segunda-Feira (24): +0,33%

• Terça-Feira (25): +0,41%

• Quarta-Feira (26): +1,70%

• Na semana: +2,45%

• Em novembro: +6,03%

• No 4°tri./25: +8,42%

• Em 12 meses: +22,04%

• Em 2025: +31,82%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,67%

• Nasdaq: +0,82%

• S&P 500: +0,69%


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